Análise da Composição corporal: evolução histórica do modelo anatômico de análise tecidual

  • Gustavo Ribeiro Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
  • André Lopes Faculdade SOGIPA de Educação Fí­sica (FSEF)
Palavras-chave: Antropometria, Dissecação, Pregas cutâneas, Composição corporal

Resumo

Existem dois grandes modelos de fracionamento do corpo humano: quí­mico e anatômico. Os métodos oriundos do modelo quí­mico são populares devido à pesagem hidrostática ser a primeira técnica conhecida de análise corporal. No entanto, elas exibem inúmeros erros conceituais. Assim, novos métodos foram desenvolvidos no modelo anatômico. Este estudo busca apresentar e discutir fatos históricos e pressupostos teóricos que sustentam o modelo anatômico de análise tecidual. Em 1921, Matiegka (1921) desenvolveu um método que fracionava a massa corporal em quatro componentes: massa adiposa, óssea, muscular e visceral. Em 1984, Drinkwater (1984) validou as equações utilizando 13 cadáveres, propondo alterações nas fórmulas originais. Em 1990, Martin e colaboradores (1990) atualizaram a equação que estimava a massa muscular em cadáveres. Adicionalmente, Lee et al. analisaram por imagens os componentes teciduais em amostras in vivo, propondo nova equação para predizer a massa muscular. Estes estudos culminaram no método de fracionamento em cinco componentes, considerado a técnica mais econômica e completa da atualidade. Com base nestas informações, o modelo anatômico vem sendo revisado e atualizado ao longo dos anos, mostrando forte embasamento que transcende os pressupostos e limitações inerentes no modelo quí­mico. Assim, seu uso parece mais coerente para análise da composição corporal.

Referências

-Cattrysse, E.; e colaboradores. Anthropometric fractionation of body mass: Matiegka revisited. J Sports Sci. Vol. 20. Núm. 9. p. 717-723. 2002.

-Clarys, J.; e colaboradores. Human body composition: A review of adultdissection data. Am J Hum Biol. Vol. 11. Núm. 2. p. 167-174. 1999.

-Drinkwater, D. T. An anatomically derived method for the anthropometric estimation of body composition. 1984. Simon Fraser University. Canada.

-Matiegka, J. The testing of physical efficiency. Am J Phys Anthropol. Vol. 4. Núm. 3. p. 223-230. 1921.

-Lee, R.C.; e colaboradores. Total-body skeletal muscle mass: development and cross-validation of anthropometric prediction models. Am J Clin Nutr. Vol. 72. Núm. 3. p. 796-803. 2000.

-Martin, A.; e colaboradores. Prediction of body fat by skinfold caliper: assumptions and cadaver evidence. Int J Obes. Vol. 9. Suppl 1. p. 31-39. 1985.

-Martin, A.; e colaboradores. Anthropometric estimation of muscle mass in men. Med Sci Sports Exerc. Vol. 22. Núm. 5. p. 729-733. 1990.

-Ross, W.; Kerr, D. Fraccionamiento de la masa corporal: un nuevo método para utilizar en nutrición clínica y medicina deportiva. Apunts Med Esport. Vol. 28. Vol. 109. p. 175-188. 1991.

-Ross, W.; Wilson, N. A stratagem for proportional growth assessment. Acta Paediatr Belg. Vol. 28. p. 169-182. 1974.

-Wang, Z.; Pierson, R.; Heymsfield, S. The five-level model: a new approach to organizing body-composition research. Am J Clin Nutr. Vol. 56. Núm. 1. p. 19-28. 1992.

Publicado
2017-09-01
Como Citar
Ribeiro, G., & Lopes, A. (2017). Análise da Composição corporal: evolução histórica do modelo anatômico de análise tecidual. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 11(68), 620-625. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1203
Seção
Artigos Científicos - Revisão