Efeito da propriocepção no treinamento resistido em homens com diferentes ní­veis de treinamento

  • Renato Reche CEFID - UDESC
  • Sara Teresinha Corazza CEFID - UDESC
  • Rubian Diego Andrade CEFID - UDESC
  • Gaia Salvador Claumann CEFID - UDESC
  • Érico Pereira Gomes Felden CEFID - UDESC
  • Andreia Pelegrini CEFID - UDESC
Palavras-chave: Propriocepção, Força muscular, Treinamento de resistência, Força da mão, Dinamômetro de força muscular

Resumo

Introdução e objetivos: A execução e controle dos movimentos para a realização de atividades diárias dependem diretamente da capacidade proprioceptiva e de força de cada indiví­duo. O objetivo deste estudo foi investigar o efeito agudo do treinamento resistido na propriocepção relacionada à  percepção de força em homens adultos, iniciantes e treinados. Materiais e métodos: Foram avaliados 44 indiví­duos com média de idade de 28,65 (6,37) anos, sendo 34 treinados e 10 iniciantes. Os indiví­duos foram avaliados utilizando-se de um dinamômetro de preensão manual, antes e após uma sessão de treinamento. A partir da força máxima foram calculados os erros relativos a forças submáximas a 50% e 25%. Resultados: A força máxima e os valores de erro relativo às forças submáximas não apresentaram diferenças entre os grupos iniciante e treinado. Na análise em pré e pós-teste foi identificado aumento no erro relativo a 50% da força máxima no grupo treinado (p=0,025). Além disso, os í­ndices de força máxima de preensão manual foram superiores no pós-teste, especialmente no grupo treinado (p<0,001). Desta forma, identificou-se efeitos agudos do treinamento resistido apenas no grupo treinado caracterizado por um aumento da força máxima e diminuição da propriocepção relacionado ao controle de força na intensidade submáxima a 50%. Conclusão: Atividades motoras que necessitem de controle de forças submáximas logo após o treinamento resistido, poderiam sofrer diminuição do controle de movimento.

Referências

-American College of Sports Medicine. Position Stand: Progression models in resistance training for healthy adults. Medicine and science in sports and exercise. Vol. 41. Num. 3. 2009. p. 687-708.

-Antes, D.L.; Contreira, A.R.; Katzer, J.I.; Corazza, S.T. Propriocepção de joelho em jovens e idosas praticantes de exercícios físicos. Fisioter e Pesquisa. Vol. 16. Num. 4. 2009. p. 306-310.

-Berchicci, M.; Menotti, F.; Macaluso, A.; Di Russo, F. The neurophysiology of central and peripheral fatigue during sub-maximal lower limb isometric contractions. Frontiers in human neuroscience. Vol. 7. 2013. p. 135.

-Blanchard, C.; Roll, R.; Roll, J.P. Kavounoudias A. Differential contributions of vision, touch and muscle proprioception to the coding of hand movements. PloS one. Vol. 8. Num. 4. 2013.

-Borg, G. Escalas de Borg para a dor e o esforço percebido. São Paulo. Manole. 2000.

-Caiozzo, V.J.; Laird, T.; Chow, K.; Prietto, C.A.; McMaster, W.C. The use of precontractionsto enhance the in-vivo force velocity relationship. Medicine & Science in Sports & Exercise. Vol. 14. Num. 2. 1982. p. 162.

-Carpes, F.P.; Bini, R.R.; Mota, C.B. Training level, perception and bilateral asymmetry during multi-joint leg-press exercise. Brazilian Journal of Biomotricity. Vol. 2. Num. 1. 2008. p. 51-62.

-Corazza, S.T.; Pereira, E.F.; Villis, J.M.C. Propriocepção e a familiarização ao meio líquido. Lecturas: Educación física y deportes. Vol. 82. 2005.

-Deshpande, N.; Connelly, D.M.; Culham, E.G.; Costigan, P.A. Reliability and validity of ankle proprioceptive measures. Archives of physical medicine and rehabilitation. Vol. 84. Num. 6. 2003. p. 883-889.

-Ellenbecker, T.S. Reabilitação dos ligamentos do joelho. Barueri. Manole. 2002.

-Fleck, J.S.; Kraemer, J.W.; Fundamentos do treinamento de força muscular.Porto Alegre. Artmed. 1999.

-Fortier, S.; Basset, F.A. The effects of exercise on limb proprioceptive signals. Journal of electromyography and kinesiology. Vol. 22. Num. 6. 2012. p. 795-802.

-Gil, A.C. Como elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo. Atlas. 2010.

-Jones, L.A.; Hunter, I.W. Effect of fatigue on force sensation. Experimental Neurology. Vol. 81. Num. 3. 1983. p640-650.

-Luu, B.L.; Day, B.L.; Cole, J.D.; Fitzpatrick, R.C. The fusimotor and reafferent origin of the sense of force and weight. The Journal of physiology. Vol. 589. Num. 13. 2011. p. 3135-3147.

-Magill, R.A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo. Blucher. 2000.

-Martins, A.; Pereira, E.F.; Teixeira, C.S.; Corazza, S.T. Relação entre força dinâmica máxima de membros inferiores e o equilíbrio corporal em praticantes de musculação. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. Vol. 12. Num. 5. 2010. p. 375-380.

-Moraes, R.; Mauerberg de Castro, E.; Schuller, J. Efeito da experiência atlética e de diferentes grupos musculares na percepção de força. Motriz. Vol. 6. Num. 6. 2009. p. 17-26.

-Pick, J.; Becque, M.D. The relationship between training status and intensity on muscle activation and relative submaximal lifting capacity during the back squat. Journal of Strength & Conditioned Research. Vol. 14. Num. 2. 2000. p. 175-181.

-Richards, L.G.; Olson, B.; Palmiter-Thomas, P. How forearm position affects grip strength. The American journal of occupational therapy. Bimonthly. Vol. 50. Num. 2. 1996. p. 133-138.

-Schmidt, R.; Wrisberg, C. A. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendizagem baseada no problema. Porto Alegre. Artmed. 2001.

-Sterner, R.L.; Pincivero, D.M.; Lephart, S.M. The effects of muscular fatigue on shoulder proprioception. Clinical journal of sport medicine. Vol. 8. Num. 2. 1998. p. 96-101.

-Stock, A.K.; Wascher, E.; Beste, C. Differential effects of motor efference copies and proprioceptive information on response evaluation processes. PloS one. Vol. 8. Num. 4. 2013.

-Tiggemann, C. Comportamento da percepção de esforço em diferentes cargas de exercício de força em adultos sedentários, ativos, treinados. Dissertação de Mestrado. UFRS. Porto Alegre. 2007.

-Wong, J.D.; Wilson, E.T.; Gribble, P.L. Spatially selective enhancement of proprioceptive acuity following motor learning. Journal of Neurophysiology. Vol. 105. Num, 5. 2011. p. 2512-2521.

Publicado
2017-09-24
Como Citar
Reche, R., Corazza, S. T., Andrade, R. D., Claumann, G. S., Felden, Érico P. G., & Pelegrini, A. (2017). Efeito da propriocepção no treinamento resistido em homens com diferentes ní­veis de treinamento. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 11(69), 635-641. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1234
Seção
Artigos Científicos - Original