Correlação das variáveis antropométricas e fisiológicas com o desempenho no Crossfit®

  • Ramires Alsamir Tibana Universidade Católica de Brasí­lia
  • Nuno Manuel Frade de Sousa Faculdade Estácio de Sá de Vitória
  • Gabriel Veloso Cunha Universidade Católica de Brasí­lia
  • Jonato Prestes Universidade Católica de Brasí­lia (UCB), Brasí­lia-DF, Brasil
Palavras-chave: Levantamento olímpico, Treinamento de força, Força muscular, Composição corporal, Desempenho

Resumo

Pouco se sabe acerca da relação entre fatores antropométricos e fisiológicos com o desempenho no Workout of the day (WOD) 15.5 em praticantes de CrossFit®. Neste estudo foram analisadas e relacionadas as variáveis massa corporal, massa livre de gordura, % de gordura, VO2 máximo e força muscular. Um total de 15 adultos foram divididos de acordo com o desempenho no WOD15.5: melhores tempos (27,9 ± 6,5 anos; 2,7 ± 1,2 anos de experiência; n=7) e piores tempos (29,2 ± 3,9 anos; 2,2 ± 0,7 anos de experiência; n=8). Foram realizados, em dias separados, avaliação da composição corporal, força máxima, VO2 máximo e o WOD15.5 (thrusters e remo indoor). Aqueles com melhor desempenho no WOD15.5 apresentaram menor percentual de gordura (10,0 ± 2,1 vs 16,4 ± 4,3 %; p = 0,004), maior força relativa (1,93 ± 0,29 vs 1,62 ± 0,18 para o agachamento posterior; 1,77 ± 0,23 vs 1,43 ± 0,14 para o agachamento frontal; 1,14 ± 0,18 vs 0,97 ± 0,10 para o snatch e 1,56 ± 0,14 vs 1,21 ± 0,11 para o clean), respectivamente. Houve uma correlação positiva e significativa (p < 0,05) entre o % de gordura e o tempo do WOD15.5 (r=0,60), bem como correlações negativas entre o tempo do WOD15.5 com a força muscular do snatch (r=-0,72), clean (r=-0,86), agachamento posterior (r=-0,65), frontal (r=-0,72) e com o VO2 máximo (r=-0,79). Em conclusão, indiví­duos com menor percentual de gordura, maior força muscular e VO2 máximo apresentam melhor desempenho no WOD 15.5 da Crossfit®.

Biografia do Autor

Ramires Alsamir Tibana, Universidade Católica de Brasí­lia

Programa de Graduação em Educação Fí­sica, Universidade Católica de Brasí­lia

Nuno Manuel Frade de Sousa, Faculdade Estácio de Sá de Vitória

Laboratório de Fisiologia do Exercí­cio, Faculdade Estácio de Sá de Vitória

Gabriel Veloso Cunha, Universidade Católica de Brasí­lia

Programa de Graduação em Medicina, Universidade Católica de Brasí­lia

Jonato Prestes, Universidade Católica de Brasí­lia (UCB), Brasí­lia-DF, Brasil

Programa de Graduação em Educação Fí­sica, Universidade Católica de Brasí­lia

Referências

-Almeida, J.; Campbell, C.S.G.; Pardono, E.; Sotero R.C.; Magalhães, G.; Simões, H.G. Predictive equations validity in estimating the VO2max of young Brazilians from performance in a 1600m run. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 16. Num. 1. 2010. p. 57-60.

-Bellar, D.; Hatchett, A.; Judge, L.W.; Breaux, M.E.; Marcus, L. The relationship of aerobic capacity, anaerobic peak power and experience to performance in CrossFit exercise. Biology of Sport. Vol. 32. Num. 4. 2015 p. 315-320.

-Butcher, S.J.; Neyedly, T.J.; Horvey, K.J.; Benko, C.R. Do physiological measures predict selected CrossFit® benchmark performance? Open Access Journal of Sports Medicine. Vol. 6. 2015. p. 241-247.

-Eather, N.; Morgan, P. J.; Lubans, D. R. Improving health-related fitness in adolescents: the CrossFit Teens™ randomized controlled trial. Journal of Sports Science. Vol. 34. Num. 3. 2016. p. 209-223.

-Faul, F.; Erdfelder, E.; Lang, A.G.; Buchner, A. G*Power 3: a flexible statistical power analysis program for the social, behavioral, and biomedical sciences. Behavior research methods. Vol. 39. Num. 2. 2007. p. 175-191.

-Friedrich, M.; Rust, C.A.; Rosemann, T.; Knechtle, P.; Barandun, U.; Lepers, R.; Knechtle, B. A Comparison of Anthropometric and Training Characteristics between Female and Male Half-Marathoners and the Relationship to Race Time. Asian Journal of Sports Medicine. Vol. 5. Num. 1. 2014. p. 10-20.

-Jackson, A. S.; Pollock, M. L. Practical assessment of body composition. Phys Sport Med. Vol. 13. Num. 5. 1978. p. 76-90.

-Andrade Júnior, C. D.; Santos, G.N.P.; Ferreira, A.C.; Ribas, M.R.; Bassan, J.C. Parkour: mensuração do metabolismo energético e morfofisiológico de seus praticantes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 22. Num. 1. 2016. p. 35-39.

-Katralli, J.; Goudar, S. S. Anthropometric Profile and Special Judo Fitness levels of Indian Judo Players. Asian Journal of Sports Medicine. Vol. 3. Num. 2. 2012. p. 113-118.

-Kliszczewicz, B.; Quindry, C.J.; Blessing, L.D.; Oliver, D.G.; Esco, R.M.; Taylor, J.K. Acute Exercise and Oxidative Stress: CrossFit™ vs. Treadmill Bout. Journal of Human Kinetics. Vol. 47. 2015. p. 81-90.

-Lago-Peñas, C.; Casais, L.; Dellal, A.; Rey, E.; Domínguez, E. Anthropometric and physiological characteristics of young soccer players according to their playing positions: relevance for competition success. Journal of Strength and Conditioning Research. Vol.25. Num. 12. 2011. p. 335833-335867.

-Murawska-Cialowicz, E.; Wojna, J.; Zuwala-Jagiello, J. Crossfit training changes brain-derived neurotrophic factor and irisin levels at rest, after wingate and progressive tests, and improves aerobic capacity and body composition of young physically active men and women. Journal of Physiology and Pharmacology. Vol. 66. Num. 6. 2015. p. 811-821.

-Siri, W. E. Body composition from fluid space and density. In: Brozek, J.; Henschel, A. Techniques for measuring body composition. Washington: National Academy of Science. 1961. p. 223-244.

-Smith, M. M.; Sommer, A.J.; Starkoff, B.E.; Devor, S.T. Crossfit-based high-intensity power training improves maximal aerobic fitness and body composition. Journal of Strength and Conditioning Research. Vol. 27. Num. 11. 2013. p. 3159-3172.

-Tibana, R.A.; Almeida, L. A.; Prestes, J. Crossfit riscos ou benefícios, o que sabemos até o momento? Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Vol. 23. Num. 1. 2015. p.182-185.

-Tibana, R.A.; Almeida, L.M.; Sousa, N.M.F.; Nascimento, D.C.; Sousa Neto, I.V.S.; Almeida, J.A.; Souza, V.C.; Lopes, M.F.T.P.L.; Nobrega, O.T.; Vieira, D.C.L.; Navalta, J.W.; Prestes, J. Two Consecutive Days of Crossfit Training Affects Pro and Anti-inflammatory Cytokines and Osteoprotegerin without Impairments in Muscle Power. Frontiers in Physiology. Vol. 7. 2016a. p. 260.

-Tibana, R.A.; Farias, D.L.; Nascimento, D.C.; Silva-Grigoletto, M.E.; Prestes, J. Relação da força muscular com o desempenho no levantamento olímpico em praticantes de Crossfit®. Revista Andaluza de Medicina del Deporte. 2016b. In press.

-Vieira, C. A. M.; Costa, E. C.; Aoki, M. S. O nível de aptidão física afeta o desempenho dos árbitros de futebol? Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. Vol. 24. Num. 4. 2010. p. 445-452.

Publicado
2018-01-28
Como Citar
Tibana, R. A., de Sousa, N. M. F., Cunha, G. V., & Prestes, J. (2018). Correlação das variáveis antropométricas e fisiológicas com o desempenho no Crossfit®. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 11(70), 880-887. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1308
Seção
Artigos Científicos - Original

##plugins.generic.recommendByAuthor.heading##