Pausas longas e curtas entre séries no treinamento de força não afetam desempenho neuromuscular agudo

  • Luis Felipe de Camargo Borges Faculdade de Educação Fí­sica, Pontifí­cia Universidade Católica, PUC, Campinas
  • Bernardo Neme Ide Laboratório de Bioquí­mica do Exercí­cio (Labex), Instituto de Biologia, IB, Universidade Estadual de Campinas, Faculdade Metropolitana de Campinas, Metrocamp, Campinas
  • Maria Teresa Krahenbuhl Leitão Faculdade de Educação Fí­sica, Pontifí­cia Universidade Católica, PUC, Campinas
Palavras-chave: Dano tecidual, Estresse metabólico, Hipertrofia muscular, Carga de treinamento

Resumo

O presente estudo objetivou observar a influência de diferentes tempos de pausa entre as séries no treinamento de força no desempenho muscular agudo. Participaram do experimento 7 homens, praticantes de treinamento de força e que foram divididos em dois grupos (Pausa curta -N=4; idade: 256,1 anos; massa corporal: 84,311,6kg; altura: 1,80,1m; Pausa longa -N=3; idade: 28,37,9 anos; massa corporal: 76 11,7kg; altura: 1,7 0,1m). O treinamento de força consistiu de 4 séries de 10 repetições máximas no agachamento completo, com 1 minuto de pausa entre séries para o grupo de Pausa curta, e 3 minutos para o de Pausa longa. Para avaliação do desempenho foi utilizado o teste de salto horizontal contra movimento (SHCM) nos momentos Pré, e Pós-treino. Concentrações plasmáticas de lactato foram aferidas Pré, Pós e 15min Pós-treino. Nenhuma diferença significante (p>0.05) entre os grupos foi observada para a carga total de treino, assim como o desempenho do SHCM. As concentrações de lactato apresentaram um aumento significante (p<0.05) para os dois grupos nos momentos Pós e 15’ Pós em relação ao Pré, sem diferenças significantes (p>0.05) entre os mesmos. Os resultados nos levam a concluir que para o grupo experimental analisado (indivíduos treinados em força) e o volume de exercícios, séries e repetições empregadas, as pausas de 1 ou 3 minutos entre séries não induziram distintas respostas agudas em relação às cargas de treino e desempenho neuromuscular. O caráter metabólico do treino também não foi diferente entre os grupos que, independentemente da pausa empregada, se mostrou anaeróbio lático.

Referências

-Ahtiainen, J. P.; Hakkinen, K. Strength athletes are capable to produce greater muscle activation and neural fatigue during high-intensity resistance exercise than nonathletes. J Strength Cond Res. Vol. 23. Núm. 4. p. 1129-1134. 2009.

-Bogdanis, G. C.; Nevill, M. E.; Boobis, L. H.; Lakomy, H. K.; Nevill, A. M. Recovery of power output and muscle metabolites following 30 s of maximal sprint cycling in man. J Physiol, Vol. 482. p. 467-480. 1995.

-Brooks, G. A. Intra-and extra-cellular lactate shuttles. Medicine & Science in Sports & Exercise. Vol. 32. Núm. 4. p. 790. 2000.

-Byrne, C., Twist, C.; Eston, R. Neuromuscular function after exercise-induced muscle damage: theoretical and applied implications. Sports Med. Vol. 34. Núm. 1. p. 49-69. 2004.

-Campos, G. E.; Luecke, T. J.; Wendeln, H. K.; Toma, K.; Hagerman, F. C.; Murray, T. F.; Ragg, K. E.; Ratamess, N. A.; Kraemer, W. J.; Staron, R. S. Muscular adaptations in response to three different resistance-training regimens: specificity of repetition maximum training zones. Eur J Appl Physiol. Vol. 88. Núm. 1-2p. 50-60. 2002.

-Evangelista, R.; Pereira, R.; Hackney, A. C.; Machado, M. Rest interval between resistance exercise sets: length affects volume but not creatine kinase activity or muscle soreness. Int J Sports Physiol Perform. Vol. 6. Núm. 1. p. 118-127. 2011.

-Felsing, N. E.; Brasel, J. A.; Cooper, D. M. Effect of low and high intensity exercise on circulating growth hormone in men. J Clin Endocrinol Metab. Vol. 75. Núm. 1. p. 157-162. 1992.

-Friden, J. Delayed onset muscle soreness. Scand J Med Sci Sports. Vol. 12. Núm. 6. p. 327-328. 2002.

-Friden, J.; Lieber, R. L. Eccentric exercise-induced injuries to contractile and cytoskeletal muscle fibre components. Acta Physiol Scand. Vol. 171. Núm. 3. p. 321-326. 2001.

-Gibala, M. J.; Interisano, S. A.; Tarnopolsky, M. A.; Roy, B. D.; Macdonald, J. R.; Yarasheski, K. E.; Macdougall, J. D. Myofibrillar disruption following acute concentric and eccentric resistance exercise in strength-trained men. Can J Physiol Pharmacol. Vol. 78. Núm. 8. p. 656-661. 2000.

-Gibala, M. J.; Macdougall, J. D.; Tarnopolsky, M. A.; Stauber, W. T.; Elorriaga, A. Changes in human skeletal muscle ultrastructure and force production after acute resistance exercise. J Appl Physiol. Vol. 78. Núm. 2. p. 702-708. 1995.

-Gladden, L. B. Muscle as a consumer of lactate. Med Sci Sports Exerc. Vol. 32. Núm. 4. p. 764-771. 2000.

-Gladden, L. B. Lactate metabolism: a new paradigm for the third millennium. J Physiol. Vol. 558. p. 5-30. 2004.

-Gladden, L. B. Is there an intracellular lactate shuttle in skeletal muscle? J Physiol. Vol. 582. p.899. 2007.

-Gladden, L. B. Current trends in lactate metabolism: introduction. Med Sci Sports Exerc. Vol. 40. Núm. 3. p. 475-476. 2008.

-Goto, K.; Ishii, N.; Kizuka, T.; Takamatsu, K. The Impact of Metabolic Stress on Hormonal Responses and Muscular Adaptations. Medicine & Science in Sports & Exercise. Vol. 37. Núm. 6. p. 955. 2005.

-Ide, B. N. Muscle Damage and Human Skeletal Muscle Hypertrophy. Biochemistry & Pharmacology: Open Access. Vol. 1. Núm. 5. 2012.

-Ide, B. N.; Leme, T. C.; Lopes, C. R.; Moreira, A.; Dechechi, C. J.; Sarraipa, M. F.; Da Mota, G. R.; Brenzikofer, R.; Macedo, D. V.Time course of strength and power recovery after resistance training with different movement velocities. J Strength Cond Res. Vol. 25. Núm. 7. p. 2025-2033. 2011.

-Macedo, D. V.; Lazarim, F. L.; Catanho Da Silva, F. O.; Tessuti, L. S.; Hohl, R. Is lactate production related to muscular fatigue? A pedagogical propositionusing empirical facts. Adv Physiol Educ. Vol. 33. Núm. 4. p. 302-307. 2009.

-Machado, M.; Koch, A. J.; Willardson, J. M.; Pereira, L. S.; Cardoso, M. I.; Motta, M. K.; Pereira, R.; Monteiro, A. N.Effect of varying rest intervals between sets of assistance exercises on creatine kinase and lactate dehydrogenase responses. J Strength Cond Res. Vol. 25. Núm. 5. p. 1339-1345. 2011.

-Machado, M., Pereira, R.; Willardson, J. M. Short Intervals between Sets and Individuality of Muscle Damage Response. J Strength Cond Res, Dec 8. 2011.

-Machado, M.; Willardson, J. M. Short recovery augments magnitude of muscle damage in high responders. Med Sci Sports Exerc. Vol. 42. Núm. 7. p. 1370-1374. 2010.

-Maulder, P.; Cronin, J. Horizontal and vertical jump assessment: reliability, symmetry, discriminative and predictive ability. Physical therapy in Sport. Vol. 6. Núm. 2. p. 74-82. 2005.

-Robergs, R. A.; Ghiasvand, F.; Parker, D. Biochemistry of exercise-induced metabolic acidosis. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol. Vol. 287. Núm. 3. p. R502-R516. 2004.

-Rodrigues, B. M.; Dantas, E.; De Salles, B. F.; Miranda, H.; Koch, A. J.; Willardson, J. M.; Simao, R. Creatine kinase and lactate dehydrogenase responses after upper-body resistance exercise with different rest intervals. J Strength Cond Res. Vol. 24. Núm. 6. p.1657-1662. 2010.

-Smilios, I.; Pilianidis, T.; Karamouzis, M.; Tokmakidis, S. P. Hormonal responses after various resistance exercise protocols. Med Sci Sports Exerc. Vol. 35. Núm. 4. p. 644-654. 2003.

-Toigo, M.; Boutellier, U. New fundamental resistance exercise determinants of molecular and cellular muscle adaptations. Eur J Appl Physiol. Vol. 97. Núm. 6. p. 643-663. 2006.

-Warren, G. L.; Ingalls, C. P.; Lowe, D. A.; Armstrong, R. B. Excitation-contraction uncoupling: major role in contraction-induced muscle injury. Exerc Sport Sci Rev. Vol. 29. Núm. 2. p. 82-87. 2001.

-Warren, G. L.; Lowe, D. A.; Armstrong, R. B.Measurement tools used in the study of eccentric contraction-induced injury. Sports Med. Vol. 27. Núm. 1. p. 43-59. 1999.

Publicado
2013-10-13
Como Citar
Borges, L. F. de C., Neme Ide, B., & Leitão, M. T. K. (2013). Pausas longas e curtas entre séries no treinamento de força não afetam desempenho neuromuscular agudo. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 7(40). Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/544
Seção
Artigos Científicos - Original