O esforço percebido reflete a intensidade de exercí­cio fí­sico planejada para pessoas com alto risco cardiovascular?

  • Bruno Ezequiel Botelho Xavier Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas-RS, Brasil.
  • Airton José Rombaldi Programa de pós-graduação em Educação Fí­sica (ESEF), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas-RS, Brasil.
  • Marluce Raquel Decian Corrêa Escola Superior de Educação Fí­sica, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas-RS, Brasil.
  • Leandro Quadro Corrêa Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Porto Alegre-RS, Brasil.
Palavras-chave: Exercício físico, Esforço físico, Doença cardiovascular, Sistema Único de Saúde

Resumo

O objetivo desse estudo foi comparar a percepção subjetiva de esforço (PSE) planejada por treinadores com a PSE percebida por indiví­duos com alto risco cardiovascular usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e verificar a associação e concordância entre os momentos de registro da PSE. Trata-se de estudo descritivo onde foram selecionados para participar indiví­duos de ambos os sexos e idade superior a 45 anos (n=10). Os participantes foram submetidos a teste incremental e executaram nove sessões de caminhada contí­nua na esteira durante 30 minutos, nas intensidades de 40%, 50% ou 60% do VO2pico. Houve diferença significativa entre os valores de PSE previsto na intensidade de 40% (PSE prevista=2; PSE percebida=2,5±0,9 (p<0,001)), não se identificando diferenças entre a PSE planejada para intensidades de 50% e 60% do VO2pico (3 e 4 respectivamente) com a PSE percebida 3,3±1,2 e 4,0±1,3 (p=0,08 e p=0,64 respectivamente). Também não houve diferença entre o momento da coleta da PSE se logo ao final do exercí­cio ou 30 minutos após, nas três intensidades (p=0,16 para ambas). Verificou-se correlaçães significativas e concordância de igual magnitude nos dois momentos de coleta da PSE (r=0,98; r=0,95; r=0,96; para 40%, 50% e 60% do VO2pico respectivamente, p<0,001). Desse modo, é possí­vel inferir que para o modelo de exercí­cio proposto e em intensidades moderadas, a PSE mostrou ser um método adequado para o controle da intensidade de treinamento na amostra estudada, assim como não houve diferença no momento da coleta da PSE, com alto grau associação linear e concordância.

Biografia do Autor

Bruno Ezequiel Botelho Xavier, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas-RS, Brasil.

Mestre em Educação Fí­sica pela Universidade Federal de Pelotas.

Airton José Rombaldi, Programa de pós-graduação em Educação Fí­sica (ESEF), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas-RS, Brasil.

Professor Titular da Universidade Federal de Pelotas.
Programa de Pós-Graduação em Educação Fí­sica -ESEF/UFPel.

Marluce Raquel Decian Corrêa, Escola Superior de Educação Fí­sica, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas-RS, Brasil.

Doutora em Educação Fí­sica pela Universidade Federal de Pelotas. Professora substituta da Escola Superior de Educação Fí­sica da Universidade Federal de Pelotas.

 

Leandro Quadro Corrêa, Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Porto Alegre-RS, Brasil.

Doutor em Educação Fí­sica pela Escola Superior de Educação Fí­sica. Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio Grande, do Curso de Educação Fí­sica do Instituto de Educação e Coordenador da Residência Integrada Multiprofissional Hospitalar com ênfase na Atenção à Saúde Cardiometabólica do Adulto (RIMHAS).

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Publicado
2020-08-04
Como Citar
Xavier, B. E. B., Rombaldi, A. J., Corrêa, M. R. D., & Corrêa, L. Q. (2020). O esforço percebido reflete a intensidade de exercí­cio fí­sico planejada para pessoas com alto risco cardiovascular?. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 13(88), 1410-1417. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1921
Seção
Artigos Científicos - Original