Análise dos ângulos das articulações glenoumeral e cotovelo durante o exercício flexão executado por praticantes de crossfit

  • Júlia Valério de Mendonça Escola Superior de Educação Física de Jundiaí-ESEF, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Davi Andrade Galvão de Melo Escola Superior de Educação Física de Jundiaí-ESEF, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Felipe Augusto da Cruz Escola Superior de Educação Física de Jundiaí-ESEF, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Marcelo Rodrigues da Cunha Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Carlos Alberto de Moraes Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Giovanna Cavalcanti Banov Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Maria Carolina Delforno Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Tiago Negrão de Andrade Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Eduardo José Caldeira Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Marcelo Conte Escola Superior de Educação Física de Jundiaí-ESEF, Jundiaí-SP, Brasil.
  • Victor Augusto Ramos Fernandes Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio, Universidade Cruzeiro do Sul, Itu-SP, Brasil; Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí-SP, Brasil.
Palavras-chave: Articulação glenoumeral, Exercício, Lesão musculoesquelética, Esporte

Resumo

Introdução: O exercício flexão, praticado em muitos esportes e programas de treinamento, possui uma diversidade de técnicas e formas de execução, envolvendo maior risco de lesões articulares. Objetivo: Comparar a execução da flexão entre homens e mulheres praticantes de CrossFit e analisar padrões de movimento prejudiciais às articulações glenoumeral e do cotovelo. Materiais e Métodos: Foram selecionados sete praticantes avançados na modalidade, os quais executaram três repetições de flexão. Os movimentos foram filmados para a coleta dos ângulos das articulações glenoumeral e do cotovelo nas fases inicial, média e final do movimento. A análise cinemática foi realizada com o software Kinovea®. Resultados: Foi identificada uma diminuição significativa do ângulo da articulação glenoumeral no sexo feminino, enquanto no sexo masculino o ângulo sofreu um ligeiro aumento. Os homens adotaram uma posição mais afastada das mãos em comparação com as mulheres. Conclusão: A maior atividade do tríceps braquial nas mulheres levaria à preferência pela posição mais fechada das mãos, priorizando uma maior flexão dos cotovelos em relação aos homens, com maior ativação no peitoral maior e força muscular na adução dos ombros. A posição elevada dos ombros, observada nos homens, ocasiona um risco de impacto no ombro, justificando a adoção do posicionamento fechado ou com os cotovelos mais próximos do tronco no CrossFit.

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Publicado
2022-08-06
Como Citar
Mendonça, J. V. de, Melo, D. A. G. de, Cruz , F. A. da, Cunha, M. R. da, Moraes, C. A. de, Banov, G. C., Delforno, M. C., Andrade, T. N. de, Caldeira, E. J., Conte, M., & Fernandes , V. A. R. (2022). Análise dos ângulos das articulações glenoumeral e cotovelo durante o exercício flexão executado por praticantes de crossfit. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 15(98), 425-435. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/2480
Seção
Artigos Científicos - Original