Alterações cardio-hemodinâmicas agudas em sessões de treinamento de força: revisão sistemática e análise da produção brasileira
Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar por meio de uma revisão sistemática a produção cientifica e descrever as alterações hemodinâmicas agudas em sessões de TF. Cento e trinta manuscritos foram selecionados nas bases de dados Bireme, Capes e Scielo. Após apreciação de acordo com os critérios de inclusão (palavra-chave no título e no resumo, parâmetros hemodinâmicos, respostas agudas, variáveis hemodinâmicas, e treinamento resistido, artigos somente em português com data de publicação entre janeiro de 2010 a janeiro de 2021) 20 estudos foram utilizados para a análise. De acordo com os dados encontrados, os anos que apresentaram maior número de publicação foram 2010, 2013 e 2014 com um total de 4 estudos. As idades dos participantes das pesquisas variaram de 16 a 64 anos. Os estudos apresentaram diferentes protocolos experimentais, sendo 15 estudos (75%) utilizaram três séries de treinamento, 03 (15%) utilizaram quatro séries e 2 (10%) não apresentaram o número de séries realizadas. Dos 20 estudo selecionados, 7 (35%) realizaram intensidade correspondente a 75% de 1RM, 6 (30%) a usaram a carga de 70% de 1RM, 4 (20%) fizeram a 80% de 1RM e 3 (15%) dos estudos foi a intensidade de 60% de 1RM. A quantidade de exercícios dos protocolos experimentais variou no mínimo 1 exercício e no máximo 6 exercícios todos realizados em máquinas. Dentre as alterações hemodinâmicas, destaca-se maior elevação das pressões arterial sistólica, diastólica e media com intervalos reduzidos, maior numero de séries e exercícios que utilizam maior volume muscular. Embora a variedade dos protocolos e designers experimentais das sessões é sugestivo considerar que sessões de TF com intervalos reduzidos entre as series, maior quantidade de séries e repetições bem como exercícios que utilizam maior volume muscular possam promover maior elevação de parâmetros pressóricos.
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