Associação da aptidão muscular isolada e combinada com fatores de risco cardiovascular em adolescentes brasileiros: um estudo transversal

  • Renan Camargo Corrêa Universidade Estadual de Londrina-UEL, Londrina, Paraná, Brasil.
  • Jadson Marcio da Silva Universidade Estadual de Londrina-UEL, Londrina, Paraná, Brasil.
  • Gessika Castilho dos Santos Universidade Estadual do Norte do Paraná-UENP, Jacarezinho-PR, Brasil.
  • Rodrigo de Oliveira Barbosa Universidade Estadual do Norte do Paraná-UENP, Jacarezinho-PR, Brasil.
  • Pedro Henrique Garcia Dias Universidade Estadual do Norte do Paraná-UENP, Jacarezinho-PR, Brasil.
  • Thais Maria de souza Silva Universidade Estadual do Norte do Paraná-UENP, Jacarezinho-PR, Brasil.
  • Maria Carolina Juvêncio Francisquini Universidade Estadual do Norte do Paraná-UENP, Jacarezinho-PR, Brasil.
  • Rodrigo Bozza Universidade Federal do Paraná-UFPR, Curitiba-PR, Brasil.
  • Wagner Campos Universidade Federal do Paraná-UFPR, Curitiba-PR, Brasil.
  • Antonio Stabelini Neto Universidade Estadual do Norte do Paraná-UENP, Jacarezinho-PR, Brasil.
Palavras-chave: Força, Fatores de risco, Aptidão física, Adolescência, Saúde

Resumo

O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre aptidão muscular e fatores de risco cardiovascular em adolescentes. A amostra foi composta por 1752 adolescentes (907 do sexo feminino), com idade média de 14,24±1,6 anos. A aptidão muscular foi mensurada pelos testes de pressão manual, salto horizontal e resistência abdominal. O escore da aptidão muscular foi calculado por meio da média da soma do z-escore de cada teste muscular. Os fatores de risco cardiovascular avaliados foram índice de massa corporal (IMC), pressão arterial sistólica e diastólica, e aptidão cardiorrespiratória (ACR) (vai e vem 20 metros). O escore do risco cardiovascular agrupado (RCV) foi calculado por meio da média da soma do z-escore de cada fator de risco. O sexo masculino apresentou melhor desempenho em todos os testes em comparação ao feminino (p<0,01). A força de preensão manual, a distância do salto horizontal e o número de repetições do teste de resistência abdominal apresentaram associações inversas significativas com o IMC e RCV, e positivas com ACR em ambos os sexos. Considerando o escore de aptidão muscular agrupado no sexo masculino, foram encontradas associações significativas com IMC (β= -0,360; p <0,01), ACR (β= 0,352; p <0,01) e RCV (β= -0,303; p <0,01). Para o sexo feminino, associações significativas foram encontradas para ACR (β= 0,407; p <0,01) e RCV (β= -0,278; p <0,01). O presente estudo sugere que uma maior aptidão muscular está relacionada com um menor risco cardiovascular em adolescentes de ambos os sexos.

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Publicado
2024-03-17
Como Citar
Corrêa, R. C., Silva, J. M. da, Santos, G. C. dos, Barbosa, R. de O., Dias, P. H. G., Silva, T. M. de souza, Francisquini, M. C. J., Bozza, R., Campos, W., & Stabelini Neto, A. (2024). Associação da aptidão muscular isolada e combinada com fatores de risco cardiovascular em adolescentes brasileiros: um estudo transversal. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 18(114), 187-197. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/2859
Seção
Artigos Científicos - Original