Comparação entre diferentes quantidades de exercí­cio fí­sico no rendimento acadêmico e desenvolvimento de sinais do overtraining

  • Thiago Guimarães Laboratório de Fisiologia do Exercí­cio (LAFIEX/UNESA-R9), Rio de Janeiro-RJ, Brasil. Laboratório de Imunofisiologia do Exercí­cio (LIFE/UERJ) Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
  • Daniel Costa Laboratório de Fisiologia do Exercício (LAFIEX/UNESA-R9), Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
  • Marcella Alonso Laboratório de Fisiologia do Exercí­cio (LAFIEX/UNESA-R9), Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
  • Ercole Rubini Laboratório de Fisiologia do Exercí­cio (LAFIEX/UNESA-R9), Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
  • Wagner Coelho Laboratório de Fisiologia do Exercício (LAFIEX/UNESA-R9), Rio de Janeiro-RJ, Brasil. Centro de Ciências Biológicas da Saúde, Unidade de Farmácia, Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO), Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
Palavras-chave: Cognição, Supertreinamento, Burnout

Resumo

O objetivo do estudo foi verificar se o rendimento acadêmico está correlacionado com o estado de overtraining, além de comparar os sinais de overtraining entre praticantes de diferentes quantidades de exercí­cio. Testamos a hipótese do comprometimento no rendimento acadêmico decorrente do overtraining e de uma maior presença de sintomas do overtraining em pessoas fisicamente superativas. A amostra consistiu de 186 estudantes da graduação de diferentes cursos na área da saúde (idade: 25±6,65 anos; massa corporal total: 68±14,26 kg; estatura: 1,67±0,09 m). Utilizamos uma anamnese para verificar o status de atividade fí­sica e dividir a amostra em três grupos: sedentários ou insuficientemente ativos (n=75), moderadamente ativos (n=69) e superativos (n=41). Além disso, aplicamos o Questionário de Sintomas Clí­nicos do Overtraining, e o rendimento acadêmico foi obtido através do resultado da avaliação curricular na disciplina fisiologia humana. Os resultados não revelaram diferença estatí­stica na correlação entre os escores de overtraining e o rendimento acadêmico (rs=-0,11; p=0,377). A ANOVA indicou diferença estatí­stica nos escores de overtraining entre sedentários (34,40 ± 13,35) e moderadamente ativos (25,86 ± 13,23) (p<0,01), e entre sedentários e superativos (20,00 ± 13,36) (p<0,001). Concluí­mos que o rendimento acadêmico não foi afetado pelo estado de overtraining, porém, pessoas sedentárias ou insuficientemente ativas podem ser acometidas por sintomas característicos do overtraining. Existem questões relacionadas ao desenvolvimento da sí­ndrome do overtraining que não são justificadas exclusivamente pela frequência, intensidade, duração e o intervalo das sessões de exercí­cio fí­sico.

Biografia do Autor

Thiago Guimarães, Laboratório de Fisiologia do Exercí­cio (LAFIEX/UNESA-R9), Rio de Janeiro-RJ, Brasil. Laboratório de Imunofisiologia do Exercí­cio (LIFE/UERJ) Rio de Janeiro-RJ, Brasil.

Laboratório de Fisiologia do Exercí­cio - LAFIEX/UNESA-R9 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil;

Laboratório de Imunofisiologia do Exercí­cio - LIFE/UERJ - Rio de Janeiro, RJ, Brasil;

Daniel Costa, Laboratório de Fisiologia do Exercício (LAFIEX/UNESA-R9), Rio de Janeiro-RJ, Brasil.

Laboratório de Fisiologia do Exercí­cio - LAFIEX/UNESA-R9 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Marcella Alonso, Laboratório de Fisiologia do Exercí­cio (LAFIEX/UNESA-R9), Rio de Janeiro-RJ, Brasil.

Laboratório de Fisiologia do Exercí­cio - LAFIEX/UNESA-R9 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Ercole Rubini, Laboratório de Fisiologia do Exercí­cio (LAFIEX/UNESA-R9), Rio de Janeiro-RJ, Brasil.

Laboratório de Fisiologia do Exercício - LAFIEX/UNESA-R9 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Wagner Coelho, Laboratório de Fisiologia do Exercício (LAFIEX/UNESA-R9), Rio de Janeiro-RJ, Brasil. Centro de Ciências Biológicas da Saúde, Unidade de Farmácia, Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO), Rio de Janeiro-RJ, Brasil.

Laboratário de Fisiologia do Exercí­cio - LAFIEX/UNESA-R9 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil;

Centro Universitário Estadual da Zona Oeste - UEZO (Centro de Ciências Biológicas da Saúde, Unidade de Farmácia) - Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Referências

-Arem, H.; e colaboradores. Leisure time physical activity and mortality: a detailed pooled analysis of the dose-response relationship. JAMA Intern Med. Vol. 175. Núm. 6. p. 959-967. 2015. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25844730>.

-Bratman, G. N.; e colaboradores. Nature experience reduces rumination and subgenual prefrontal cortex activation. Proc Natl Acad Sci U S A. Vol. 112. Núm. 28. p. 8567-8572. 2015. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26124129>.

-Duman, R. S. Neurotrophic factors and regulation of mood: role of exercise, diet and metabolism. Neurobiol Aging. Vol. 26. Suppl 1. p. 88-93. 2005. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16226350>.

-Filho, M. G. B.; colaboradores. Adaptação e validação da versão brasileira do questionário de overtraining. HU Revista. Vol. 36. Núm. 1. 2010.

-Fiuza-luces, C.; colaboradores. Exercise is the real polypill. Physiology (Bethesda). Vol. 28. Núm. 5. p. 330-358. 2013. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23997192>.

-Freitas, D.; Miranda, R.; Bara Filho, M. Marcadores psicológico, fisiológico e bioquímico para determinação dos efeitos da carga de treino e do overtraining. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. Vol. 11. Núm. 4. p. 457-465. 2009.

-Guimarães, T. T. Paradoxo do exercício físico em excesso: linha tênue entre riscos e benefícios. Revista Eletrônica Nacional de Educação Física. Vol. 6. Núm. 8. 2016.

-Guimarães, T. T.; Terra, R.; Dutra, P. Chronic effects of exhausting exercise and overtraining on the immune response: Th1 and Th2 profile. Journal Motricidade. Vol. 13. Num. 3. 2017. Disponível em: <https://revistas.rcaap.pt/motricidade/article/view/10049>

-Guyton, A. C.; Hall, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 11a edição. Rio de Janeiro. Elsevier, 2006.

-Hallal, P. C.; colaboradores. Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. Lancet. Vol. 380. Núm. 9838. p. 247-257. 2012. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22818937>.

-Halson, S. L.; Jeukendrup, A. E. Does overtraining exist? An analysis of overreaching and overtraining research. Sports Med. Vol. 34. Núm. 14. p. 967-981. 2004. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15571428>.

-Hasan, K. M.; colaboradores. Psychological stress and aging: role of glucocorticoids (GCs). Age (Dordr). Vol. 34. Núm. 6. p. 1421-1433. 2012. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21971999>.

-Heinonen, I.; colaboradores. Organ-specific physiological responses to acute physical exercise and long-term training in humans. Physiology (Bethesda). Vol. 29. Núm. 6. p. 421-346. 2014. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25362636>.

-Kandel, E.; colaboradores. Princípios de Neurociências. 5ª edição. Porto Alegre. AMGH. 2014.

-Kellmann, M. Preventing overtraining in athletes in high-intensity sports and stress/recovery monitoring. Scand J Med Sci Sports. Vol. 20. Suppl 2. p. 95-102. 2010.

Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20840567>.

-Maric, A.; colaboradores. Insufficient sleep: Enhanced risk-seeking relates to low local sleep intensity. Ann Neurol. 2017. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28833531>.

-Matos, F.; colaboradores. Cargas elevadas de treinamento alteram funções cognitivas em jogadores de futebol. Rev Bras Med Esporte. 20. 2013.

-Mcardle, W. D.; Katch, F. I.; Katch, V. L. Fisiologia do Exercício, Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 7a edição. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2011.

-Micić, D. D.; colaboradores. [Sleep and metabolic disorders]. Glas Srp Akad Nauka Med. Núm. 51. p. 5-25. 2011. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22165724>.

-Nederhof, E.; colaboradores. Psychomotor speed: possibly a new marker for overtraining syndrome. Sports Med. Vol. 36. Núm. 10. p. 817-828.2006. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17004845>.

-Pêgo, F. P. L.; Pêgo, D. R. Síndrome de Burnout. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho. Vol. 14. Núm. 2. 2016.

-Portugal, E. M. M.; Cevada, T.; Monteiro-Junior, R. S.; Guimarães, T. T.; da Rubini, E. C.; Lattari, E.; Blois, C.; Deslandes, A. C. Neuroscience of exercise: from neurobiology mechanisms to mental health. Neuropsychobiology. Vol. 68. Núm. 1. p. 1-14. 2013. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23774826>.

-Reardon, C. L.; Factor, R. M. Sport psychiatry: a systematic review of diagnosis and medical treatment of mental illness in athletes. Sports Med. Vol. 40. Núm. 11. p. 961-980. 2010. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20942511>.

-Sattelmair, J.; colaboradores. Dose response between physical activity and risk of coronary heart disease: a meta-analysis. Circulation, v. 124. Núm. 7. p. 789-795. 2011. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21810663>.

-Schaal, K.; colaboradores. Psychological balance in high level athletes: gender-based differences and sport-specific patterns. PLoS One. Vol. 6. Núm. 5. p. e19007. 2011. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21573222>.

-Terra, R.; colaboradores. Effect of exercise on immune system: response, adaptation and cell signaling. Rev Bras Med Esporte. Vol. 18. Núm. 3. 2012.

-Vgontzas, A. N.; Mastorakos, G.; Bixler, E.O.; Kales, A.; Gold, P.W.; Chrousos, G.P. Sleep deprivation effects on the activity of the hypothalamic-pituitary-adrenal and growth axes: potential clinical implications. Clin Endocrinol (Oxf). Vol. 51. Núm. 2. p. 205-215. 1999a. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10468992>.

-Vgontzas, A. N.; Papanicolaou, D. A.; Bixler, E.O.; Lotsikas, A.; Zachman, K.; Kales, A.; Prolo, P.; Wong, M.L.; Licinio, J.; Gold, P.W.; Hermida, R.C.; Mastorakos, G.; Chrousos, G.P. Circadian interleukin-6 secretion and quantity and depth of sleep. J Clin Endocrinol Metab. Vol. 84. Núm. 8. p. 2603-2607. 1999b. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10443646>.

Publicado
2018-08-11
Como Citar
Guimarães, T., Costa, D., Alonso, M., Rubini, E., & Coelho, W. (2018). Comparação entre diferentes quantidades de exercí­cio fí­sico no rendimento acadêmico e desenvolvimento de sinais do overtraining. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 12(76), 526-533. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1447
Seção
Artigos Científicos - Original