Correlação de variáveis cineantropométricas morfológicas com o desempenho de força em atletas de Jiu-Jitsu brasileiro
Resumo
A investigação da estrutura e proporcionalidades morfológicas possibilita analisar as influências anatômicas e biomecânicas exigidas pelo esporte, portanto, as medidas de variáveis antropométricas quando mensuradas periodicamente são fortes indicadoras da resposta adaptativa do organismo aos estímulos do treinamento físico. O presente estudo objetivou analisar a correlação de variáveis longitudinais ósseas e perímetros musculares com a força máxima e potência de segmentos superiores e inferiores em atletas de jiu-jitsu brasileiro. Estudo transversal e quantitativo realizado com oito atletas do sexo masculino com média de idade de 24,9 ± 4,0 anos na cidade de Fortaleza-CE. As variáveis antropométricas mensuradas são descritas a seguir: massa corporal, estatura, alturas, comprimentos, perímetros e dobras cutâneas em concordância com as diretrizes da Sociedade Internacional para o Avanço da Cineantropometria (ISAK). A análise das manifestações de força foi subsidiada mediante a aplicação de testes neuromusculares específicos. O perímetro muscular do braço relaxado apresentou-se em correlação moderada com a força máxima (r=0,58; p=0,12) e alta com a potência (r=0,75; p=0,02) de segmentos superiores. As alturas trocantérica (r=-0,53; p=0,16) e tibial lateral (r=-0,69; p=0,05) e o comprimento tibial-medial maleolar (r=-0,49; p=0,21) correlacionaram-se inversamente moderados com a força máxima. A referida correlação foi igualmente observada entre o comprimento tibial lateral (r=-0,50; p=0,20) e a potência de segmentos inferiores. O perímetro muscular da panturrilha se correlacionou moderadamente com a força máxima (r=0,57; p=0,13) de segmentos inferiores. Conclui-se que os perímetros musculares podem estar relacionados com o desempenho de força dos segmentos superiores e inferiores em atletas de jiu-jitsu brasileiro.
Referências
-Andreato, L. V.; Diaz-Lara, F. J.; Andrade, A.; Branco, B. H. M. Physical and physiological profiles of brazilian jiu-jitsu athletes: a systematic review. SportsMed Open. Vol. 3. Num. 9. 2017.
-Andreato, L. V.; Julio, U. F.; Gonçalves, V. L. P.; Esteves, J. V. C.; Hardt, F.; Moraes, S. M. F.; Oliveira, C. S.; Franchini, E. Brazilian jiu-jitsu simulated competition part II: physical performance, time-motion, technical-tactical analyses, and perceptual responses. J Strength Cond Res. Vol. 29. Num. 7. 2015. p. 2015-2025.
-Badillo, J. J. G.; Ayestarán, E. G. Fundamentos do treinamento de força: aplicação ao alto rendimento desportivo. 2ª edição. Porto Alegre. Artmed. 2001.
-Báez, E.; Franchini, E.; Ramírez-Campillo, R.; Cañas-Jamett, R.; Herrera, T.; Burgos-Jara, C.; Henríquez-Olguín, C. Anthropometric characteristics of top-class brazilian jiu jitsu athletes: Role of fighting style. Int J Morphol. Vol. 32. Num. 3. 2014. p. 1043-1050.
-Balsalobre-Fernandez, C; Glaister, M; Lockey, R. A. The validity and reliability of an iPhone app for measuring vertical jump performance. J Sports Sci. Vol. 33. Num. 15. 2015. p. 1574-1579.
-Brown, L. E.; Weir, J. P. ASEP Procedures recommendation I: accurate assessment of muscular strength and power. J Exerc Physiol. Online. Vol. 4. Num. 3. 2001. p. 1-21.
-Caruso, J. F.; Daily, J. S.; Mason, M. L.; Shepherd, C. M.; Mclagan, J. R.; Marshall, M. R.; Walker, R. H.; West, J. O. Anthropometry as a predictor of vertical jump heights derived from an instrumented platform. J Strength Cond Res. Vol. 26. Num. 1. 2012. p. 284-292.
-Clemons, J. M.; Campbell, B.; Jeansonne, C. Validity and reliability of a new test of upper body power. J Strength Cond Res. Vol. 24. Num. 6. 2010. p.1559-1565.
-Diaz-Lara, F. J.; García, J. M. G.; Monteiro, L. F.; Abián-Vicén, J. Body composition, isometric hand grip and explosive strength leg similarities and differences between novices. Arch Budo. Vol. 10. Num. 1. 2014. p. 211-217.
-Espírito Santo, A. Essências estatísticas aplicadas às ciências sociais: delineamentos, métodos e estratégias estatísticas fundamentais para iniciantes. Londrina. PML/Seplan. 1987.
-Franchini, E.; Matsushigue, K. A.;Del Vecchio, F. B.; Artioli, G. G. Physiological profiles of elite judo athletes. Sports Med. Vol. 41. Num. 2. 2011. p. 147-166.
-Frisancho, A. R. Triceps skinfold and upper arm muscle size norms for assessment of nutritional status. Am J Clin Nutr. Vol. 27. Num. 10. 1974. p. 1052-1057.
-Gabriel, D.; Kamen, G. Frost, G. Neural adaptations to resistive exercise: mechanisms and recommendations for training practices. Sports Med. Vol. 36. Num. 2. 2006. p. 133-149.
-Hart, C. L.; Ward, T. E.; Mayhew, D. L. Anthropometric correlates with bench press performance following resistance training. Sports Train Med Rehabil. Vol. 2. Num. 2. 1991. p. 89-95.
-Hawes, M. R.; Martin, A. D. Human body composition. In: Eston R, Reilly T, editors. Kinanthropometry and exercise physiology laboratory manual: tests, procedures and data. New York. Routledge Taylor & Francis Group. 2004. p. 5-43.
-Ikai, M.; Fukunaga, T. Calculation of muscle strength per unit crosssectional area of human muscle by means of ultrasonic measurement. Eur J Appl Physiol Occup Physiol. Vol. 26. Num. 1. 1968. p. 26e32.
-Janiak, J. Krawczyk, B. Relationships between muscle force and total or lean body mass in highly experienced combat athletes. Biology of Sports. Vol. 12. Num. 2. 1995. p. 107-111.
-Jones, N. B.; Ledford, E. Strength and conditioning for brazilian jiu-jitsu. Strength Cond Journal. Vol. 34. Num. 2. 2012. p. 60-69.
-Keogh, J. W. L.; Hume, P. A.; Pearson, S. N.; Mellow, P. J. Can absolute and proportional anthropometric characteristics distinguish stronger and weaker powerlifters? J Strength Cond Res. Vol. 23. Num. 8. 2009b. p. 2256-2265.
-Keogh, J. W. L.; Marnewick, M. C.; Maulder, P. S.; Nortje, J. P.; Hume, P. A.; Bradshaw, E. J. Are anthropometric, flexibility, muscular strength, and endurance variables related to clubhead velocity in low-and high-handicap golfers? J Strength Cond Res. Vol. 23. Num. 6. 2009a. p.1841-1850.
-Kerr, D. A. An anthropometric method for fractionation of skin, adipose, bone, muscle and residual tissue masses, in males and females age 6 to 77 years. Vancouver: Simon Fraser University, 1988.
-Mayhew, J.; Ball, T.; Ward, T.; Hart, C.; Arnold, M. Relationships of structural dimensions to bench press strength in college males. J Sports Med Phys Fitness. Vol. 31. Num. 2. 1991b. p. 135-141.
-Mayhew, J. L.; Mccormick, T. P.; Piper, F. C.; Kurth, A. L.; Arnold, M. D. Relationships of body dimensions to strength performance in novice adolescent male powerlifters. Pediatric Exercise Science. Vol. 5. Num. 4. 1993b. p. 347-356.
-Mayhew, J. L.; Piper, F. C.; Ware, J. S. Anthropometric correlates with strength performance among resistance trained athletes. J Sports Med Phys Fit. Vol. 33. Num. 2. 1993a. p.159-165.
-Myers, B.; Ware, J.; Mayhew, J. L.Changes in muscular size and strength following weight training. Iowa Assoc. Phys. Educ. Rec. Dance J. Vol. 21. 1989. p. 8-9.
-Pederson, D.; Gore, C. Erro em medição antropométrica. In: Norton, K.; Olds, T. Anthropométrica: um livro sobre medidas corporais para o esporte e cursos da área da saúde. Porto Alegre. Artmed. 2005. p. 39-87.
-Stewart, A.; Marfell-Jones, M.; Olds, T.; Ridder, H. Padrões Internacionais para Avaliação Antropométrica. ISAK. 2011.
-Ulijaszek, S. J; Kerr, D. A. Anthropometric measurement error and the assessment of nutritional status. Br J Nutr. Vol. 82. Num. 3. 1999. p. 165-177.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).