PSE da sessão no handebol: o tempo interfere no resultado?

  • Carlos André Salvadeo Junior Faculdade de Tietê, Universidade Brasil, Tietê, São Paulo, Brasil.
  • Naiara Pizzol de Oliveira Salvadeo Faculdade de Tietê, Universidade Brasil, Tietê, São Paulo, Brasil.
  • Renato Simões de Almeida Faculdade de Tietê, Universidade Brasil, Tietê, São Paulo, Brasil.
  • Thais Vidotto Baggio Faculdade de Tietê, Universidade Brasil, Tietê, São Paulo, Brasil.
  • Leonardo Coelho Rabello de Lima Centro Universitário Herminio Ometto (UNIARARAS) e Centro Universitario Salesiano de São Paulo (UNISAL), Departamento de Educação Física da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), campus de Rio Claro, Brasil.
  • Claudio Oliveira Assumpção Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Movimento Humano - Instituto de Educação Física e Esportes da Universidade Federal do Ceará - IEFES-UFC, Brasil.
  • Luis Felipe Milano Teixeira Departamento de Atividade Física Adaptada, Faculdade de Educaçao Física, Grupo de Estudo e Pesquisa em Exercício Físico e Adaptações Neuromusculares (GEPEFAN), Universidade de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brasil.
Palavras-chave: Carga de treino, Handebolistas, Percepção subjetiva de esforço

Resumo

O handebol é uma modalidade esportiva coletiva com variação de movimentos envolvendo capacidades físicas distintas. Para mensurar a intensidade do exercício, podemos utilizar a frequência cardíaca (FC), a concentração de lactato sanguíneo [La] e a percepção subjetiva de esforço (PSE). Os objetivos do presente estudo foram: 1) investigar se a PSE está associada à intensidade do exercício medido por variáveis fisiológicas e; 2) se há diferença entre a PSE mensurada 10 e 30 minutos após o término da sessão de treino. Dezoito jogadoras (>6 meses de prática) de handebol feminino (15 ± 3,2 anos, 53,8 ± 7,6 kg, 164,2 ± 6,4 cm) foram submetidas a 4 sessões de treinamento com duração de 120 minutos e mesma combinação de exercícios, porém, realizados com diferentes intensidades, leve (40% FC de reserva) e moderada (60% FC de reserva). Foram avaliadas a FC, [La] (antes, durante e após o treino) e a PSE (10 e 30 minutos após treino). A FC foi significativamente menor para o treinamento de intensidade leve (124 ± 10,6 bpm) comparado com o treinamento de intensidade moderada (141 ± 9,2 bpm), mesmo comportamento foi observado para a [La] (1,9 ± 0,4 mmol vs 5,5 ± 1,2mmol) e PSE (3,0 ± 0,7 vs 4,5 ± 1,04) diferenciando as sessões (leve vs moderada), contudo, sem diferenças entre os tempos de mensuração da PSE (10 e 30 minutos). Os resultados obtidos sugerem que a PSE da sessão é a mesma quando avaliada 10 ou 30 minutos após o final das sessões de treinamento no handebol e, que os treinos aplicados foram de fato diferentes entre si (leve e moderado). Isso significa que os treinadores não precisam esperar 30 minutos para avaliar a intensidade percebida do treinamento, o que facilita a logística.

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Publicado
2022-11-21
Como Citar
Salvadeo Junior, C. A., Salvadeo, N. P. de O., Almeida, R. S. de, Baggio, T. V., Lima, L. C. R. de, Assumpção, C. O., & Teixeira, L. F. M. (2022). PSE da sessão no handebol: o tempo interfere no resultado?. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 16(101), 1-13. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1915
Seção
Artigos Científicos - Original