Efeitos de duas estratégias nutricionais associadas ao treinamento de força sobre parâmetros antropométricos, composição corporal e consumo alimentar em idosas: estudo randomizado controlado
Resumo
A prevalência do excesso de peso tem crescido significativamente em idosos brasileiros e cresce também o debate em torno de qual estratégia nutricional seria ideal para a promoção do emagrecimento. Assim, este estudo teve por objetivo comparar o efeito da educação nutricional com um método tradicional de prescrição alimentar restritiva, ambas associadas ao treinamento de força, sobre medidas antropométricas, composição corporal e consumo alimentar em idosas em um período de oito semanas de intervenção. Estudo do tipo ensaio clínico aleatorizado, controlado, desenvolvido com 24 idosas, idade ≥ 60 anos, Circunferência da Cintura ≥80 cm e que aderiram voluntariamente ao estudo. Os dados de consumo calórico e de macronutrientes apresentaram efeito significativo para as calorias, proteínas e lipídeos em relação ao tempo. Quanto aos dados antropométricos e de composição corporal, observou-se efeito significativo da interação tempo e grupo sobre as medidas percentual magro total, gordo total e massa gordurosa androide. Para as demais variáveis não houve diferenças estatisticamente significantes. Tanto o método tradicional prescritivo como a educação nutricional associadas a oito semanas de treinamento de força promoveram reduções significativas na ingestão total de calorias e de lipídios, mas apenas no método tradicional prescritivo promoveu redução significativa na massa gorda da região androide. Entretanto, independente da abordagem nutricional, oito semanas de intervenção (curto prazo) não foram suficientes para promover reduções significativas na classificação de risco de complicações cardiometabólicas, avaliado pela circunferência de cintura.
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