Relação entre o nível de atividade física e a qualidade de vida em professores da educação básica brasileira
Resumo
Introdução: Estudos apontaram uma redução da qualidade de vida (QV) de professores. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar se existe relação do gênero, renda e nível de atividade com a QV de professores da educação básica brasileira. Materiais e Métodos: Os professores, via redes sociais, foram convidados para esta pesquisa. Os interessados responderam a três questionários avaliando idade, gênero, renda, nível de atividade física e QV. Para comparação da QV, os grupos foram divididos por gênero, renda e nível de atividade física. Para avaliar a normalidade dos dados utilizou-se o teste Shapiro-Wilk e, para comparação entre os grupos, o Test t, Mann-Whitney ou Anova-One-Away. Resultados e Discussão: Participaram 301 professores. O escore de dor foi pior para mulheres e pessoas com renda até 3 salários-mínimos tiveram escores de dor e saúde mental pior do que pessoas que recebiam acima de 5 salários. Além disso, todos os 8 escores do questionário de QV foram significativamente piores em professores sedentários e irregularmente ativos quando comparados a professores ativos ou muito ativos. Conclusão: Conclui-se que a prática de exercícios físicos é fundamental para a QV. São necessárias medidas para estimular a prática por professores, dentre elas sugere-se a flexibilização da jornada de trabalho ou inserção dessa prática durante a jornada. Os resultados também apontaram para as necessidades de se ter um olhar diferenciado para as mulheres e de se rever sobre a renda do professor, uma vez que ser mulher e ter renda baixa foi relacionado com menor QV.
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