Efeitos da ordem dos exercícios de força na resposta glicêmica e da percepção subjetiva de esforço em idosas diabéticas

  • Sarah Isabel Silva Calixto Instituto de Educação Física e Esportes, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.
  • Thiago Mattos Frota de Souza Laboratório de Cinesiologia Aplicada, Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil.
  • Leonardo Coelho Rabello de Lima Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.
  • Luis Fabiano Barbosa Universidade Estadual Paulista-UNESP, Rio Claro, São Paulo, Brasil.
  • Alexandre Igor Araripe Medeiros Instituto de Educação Física e Esportes, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.
  • Túlio Banja Instituto de Educação Física e Esportes, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.
  • Cláudio de Oliveira Assumpção Universidade Federal do Triângulo Mineiro (DCE-UFTM), Uberaba, Minas Gerais, Brasil.
Palavras-chave: Treinamento de força, Ordem dos exercícios, Diabetes, Envelhecimento

Resumo

Introdução: O treinamento de força (TF) vem sendo recomendado como componente essencial nos programas de exercícios físicos voltados para a promoção da saúde em idosos, sendo que as adaptações do TF podem ser ajustadas de acordo com a manipulação das variáveis do treinamento. Objetivo: Investigar os efeitos da ordem dos exercícios sobre as respostas glicêmicas e da percepção subjetiva de esforço (PSE) em idosas diabéticas. Materiais e Métodos: Participaram do estudo 15 indivíduos do sexo feminino com idade de 67,6 ± 5,5 anos, estatura de 162,9 ± 6,0 cm, massa corporal de 64,1 ± 7,3 kg e Índice de Massa Corporal (IMC) de 24,1 ± 1,7 kg/m2. Foram realizadas duas sessões de treinamento com volume total equalizado, uma iniciando com exercícios multiarticulares (C1) e outra com monoarticulares (C2). Para verificar possíveis diferenças entre os fatores, foi realizada uma ANOVA two way com medidas repetidas com post hoc de Bonferroni (p<0,05). Resultados: Houve redução significativa na glicemia após a sessão C2 (Pré=206,7 ±9,5 mg/dL, Pós = 203,5 ±9,7 mg/dL; p=0,001), com diferença entre as sessões no momento pós (C1=207,1 ± 9,4 mg/dL, C2 = 203,5 9,7 mg/dL; p=0,001). Foi verificada uma maior PSE na sessão C2 em relação à C1 (p=0,008). Conclusão: Concluímos que C2 foi mais eficaz para redução da glicemia a curto prazo comparado com C1, no entanto, a PSE foi maior na C2 podendo ser um limitador para a aderência ao programa de treinamento.

Biografia do Autor

Thiago Mattos Frota de Souza, Laboratório de Cinesiologia Aplicada, Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil.

Possui doutorado (2015) em educação física pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, mestrado (2007) e graduação (2004) em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba. Tem atuado como docente em cursos de graduação e pós-graduação desde 2006. Tem experiência na área de Educação Física, atuando principalmente nos seguintes temas: LUTAS/ARTES MARCIAIS/MODALIDADES ESPORTIVAS DE COMBATE, AVALIAÇÃO FÍSICA, TREINAMENTO DE FORÇA, FISIOLOGIA do EXERCÍCIO, EXERCÍCIO FÍSICO e SAÚDE. Atualmente é pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisa em Exercício Físico e Adaptações Neuromusculares (GEPEFAN-UNICAMP) e pesquisador de Pós-doutorado no Hub Viva Bem: Hub de Inteligência Artificial para Saúde e Bem-estar (UNICAMP-Samsung).

Leonardo Coelho Rabello de Lima, Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

Bacharel em Educação Física (2010) e Mestre e Doutor em Desenvolvimento Humano e Tecnologias (2013 e 2017) pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), campus de Rio Claro. Realizou estágios de pesquisa (2016 e 2020) na School of Medical and Health Sciences da Edith Cowan University (ECU) - Austrália - sob supervisão do Prof. Dr. Ken Nosaka. É docente efetivo na Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da Universidade de São Paulo (USP). Pesquisa na área de Fisiologia do Exercício com ênfase em exercício excêntrico, dano muscular induzido pelo exercício, melhoria de desempenho pós-ativação, corrida de rua e desempenho humano.

Luis Fabiano Barbosa, Universidade Estadual Paulista-UNESP, Rio Claro, São Paulo, Brasil.

Graduado em Educação Física pelo Centro Universitário Claretiano (2001). Mestre em Ciências da Motricidade (Biodinâmica da Motricidade Humana) pelo IB-UNESP - Rio Claro (2009). Doutor em Desenvolvimento Humano e Tecnologias (Tecnologias e Desempenho Humano) pelo IB-UNESP - Rio Claro (2013). Foi professor dos cursos de graduação em Educação Física da Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG, Passos, do Claretiano - Centro Universitário, Batatais, e das Faculdades Claretianas, Rio Claro. Tem experiência na área de Educação Física, em Atletismo, Fisiologia Humana, Handebol, Iniciação Esportiva e Fisiologia do Exercício e treinamento personalizado. Tem especial interesse nos temas ligados ao treinamento, consumo de oxigênio (VO2), máxima fase estável de lactato (MLSS) e exercício intermitente.

Alexandre Igor Araripe Medeiros, Instituto de Educação Física e Esportes, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.

Professor Adjunto C3 no Instituto de Educação Física e Esportes (IEFES) da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia e Funcionalidade da Universidade Federal do Ceará. Doutorado em Ciências do Desporto pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (Portugal), Mestrado em Treino de Alto Rendimento Desportivo pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto-Portugal (2010), Especialização em Treinamento Desportivo pela Universidade Estadual do Ceará (2009), Graduação em Educação Física pela Universidade de Fortaleza (2006). Possui experiência na área do Treino Desportivo com ênfase em : voleibol de praia e voleibol indoor. Áreas de atuação: Treinamento esportivo aplicado aos Esportes Coletivos, especialmente ao Voleibol e Voleibol de Praia.

Túlio Banja, Instituto de Educação Física e Esportes, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.

Possui graduação em EDUCAÇÃO FÍSICA pela ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA da Universidade de Pernambuco (2000), Especialista em AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE HUMANA pela ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA da Universidade de Pernambuco (2001), Mestrado em CIENCIA DO DESPORTO na sub-area de ACTIVIDADE FISICA ADAPTADA pela FACULDADE DE DESPORTO (2006) Universidade do Porto Portugal, Doutorado em CIÊNCIAS DO ESPORTE PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em BIOMECANICA DO MOVIMENTO HUMANO, MUSCULAÇÃO, CINESIOLOGIA, ANATOMIA FUNCIONAL. Atuando principalmente nos seguintes temas: biomecânica, esporte paralimpico e avaliação física.

Cláudio de Oliveira Assumpção, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (DCE-UFTM), Uberaba, Minas Gerais, Brasil.

Possui graduação em Educação Física, especialização em Fisiologia do Esforço e mestrado em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba-UNIMEP (1999, 2001 e 2006 respectivamente); Doutorado em Desenvolvimento Humano e Tecnologias pelo Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" UNESP campus de Rio Claro em 2014. Atualmente é Professor Adjunto III e integrante do Grupo de Pesquisa em Exercício, Nutrição e Fisiologia Aplicada junto ao Departamento de Ciências do Esporte da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (DCE-UFTM) em Uberaba, Minas Gerais. Atua principalmente nos seguintes temas: dano muscular, economia de movimento, alterações cinéticas e cinemáticas induzidas pelo exercício, efeito protetor, alterações bioquímicas e endócrinas induzidas pelo exercício, nutrição aplicada à atividade física e ao exercício, qualidade de vida, treinamento aeróbio e resistido, aptidão física.

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Publicado
2024-03-17
Como Citar
Calixto , S. I. S., Souza, T. M. F. de, Lima, L. C. R. de, Barbosa, L. F., Medeiros, A. I. A., Banja, T., & Assumpção, C. de O. (2024). Efeitos da ordem dos exercícios de força na resposta glicêmica e da percepção subjetiva de esforço em idosas diabéticas. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 18(114), 120-128. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/2850
Seção
Artigos Científicos - Original