Impacto da farmacoterapia para incontinência urinária no aumento da temperatura corporal em paratletas: relato de caso

  • Arlandia Lima Nobre de Morais Universidade de Fortaleza
  • Henrique Samuel Gurgel Universidade de Fortaleza
Palavras-chave: Incontinência urinária, Paraplegia, Exercício físico, Termogênese

Resumo

A pesquisa objetivou o relato de caso do impacto da farmacoterapia para incontinência urinária no aumento da temperatura corporal em paratleta. Foi realizada entrevista com o paciente e registro das medidas de temperatura corporal (axilar), batimentos cardíacos (pulso carotídeo) e pressão arterialsistêmica antes, durante e imediatamente após a prática da atividade física, a saber, musculação. O estudo está em conformidade com a Resolução n° 499/12 do CNS/MS. Os resultados demonstram a elevação da temperatura corporal durante prática esportiva. Ao final do treino se observou aumento de mais de 3ºC; aumento dos batimentos cardíacos e pressão arterial. Destaca-se manutenção inicial da pressão arterial diastólica seguida de redução. É possível supor que decorram da redução da sudorese desencadeada pelouso da medicação e/ou suplementação utilizada. Vale destacar que oxibutinina evita a transpiração, fazendo com que a temperatura corporal permaneça alterada após a prática esportiva por mais tempo do que o normal. O manejo da bexiga neurogênica deve incluir a avaliação na performance do atleta. Ademais, a preocupação não deve ser focada somente no controle da incontinência, mas como as medidas farmacológicas e não farmacológicas podem interferir no estilo de vida e desempenho do atleta, de modo interdisciplinar.

Biografia do Autor

Arlandia Lima Nobre de Morais, Universidade de Fortaleza

Doutora em Farmacologia, professora adjunta do Curso de Farmácia, Universidade de Fortaleza, Ceará, Brasil

Henrique Samuel Gurgel, Universidade de Fortaleza

Graduando em Educação Fí­sica - Universidade de Fortaleza; Paratleta e Presidente da Associação Cearense do Esporte Adaptado - ACEA, Ceará, Brasil

Referências

-Abrams, P.; Anderson, K.E.; Birder, L.; Brubaker, L.; Cardozo, L.; Chapple, C. e colaboradores. Fourth International Consultation on Incontinence Recommendations of The International Scientific Committee: Evaluation and treatment of Urinary Incontinence, Pelvic Organ Prolapse, and fecal Incontinence. Neurourol Urodynamics. Vol. 29. p. 213-240. 2010.

-Araújo, A. P. S.; Menóia, E. Atividade Lipolítica Durante a Prática de Atividade Física: Enfoque sobre o consumo de oxigênio, produção de ATP e o estímulo neuro-humoral. Revista Saúde e Pesquisa. Vol. 1. Núm. 2. p. 177-184. 2008.

-Becker, H.D.; Stenzel, A.; Wallwiener, D.; Zittel, T.T. Urinary and Fecal Incontinence. Springer. Berlin. 2005. 498 p.

-Caromano, F. A.; Themudo Filho, M. R. F.; Candeloro, J. M. Efeitos fisiológicos da imersão e do exercício na água. Rev. Fisioterapia Brasil. Vol. 4. Núm. 1. p. 60-63. 2003.

-Francis, K. Physiology and Management of Bladder and Bowel Continence following Spinal CordInjury. Ostomy Wound Management. Vol. 53. Núm. 12. p. 18-27. 2007.

-Guirro, E.; Guirro, R.; Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, patologia. 3ªedição. Manole. 2006.

-Kirshblum, S.C.; Burns, S.P.; Biering-Sorensen, F.; Donovan, W.; Graves De, J.H.A.A.; e colaboradores. International Standards for Neurological classification of spinal cord injury (revised 2010). The Journal of Spinal Cord Medicine. Vol. 34. Núm. 6. p. 535-46. 2011.

-Leite, P. F. Fisiologia do Exercício: Ergometria e condicionamento físico, cardiologia desportiva. 4ª edição. Robe Editorial. 2000.

-Lyra, R. M.; e colaboradores. Diretrizes para a prevenção, diagnóstico e tratamento da hiperidrose compensatória. J. bras. pneumol. Vol. 34. Núm. 11. p. 967-977. 2008.

-Mcardle, W. D.; Katch, F. I.; Katch, V. L. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano.4ª edição. Guanabara Koogan. 1998.

-Powers, S. K.; Howley, E. T. Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. 3ª edição. Manole. 2000.

-Rodrigues, S.F. A eficácia da fisioterapia no período pré-operatório de pacientes obesos mórbidos com indicação à cirurgia bariátrica através da pao2. TCC de graduação em fisioterapia. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Cascavel. 2004.

-Sociedade Brasileira de Urologia. Projeto Diretrizes. Trauma raquimedular: Conduta urológica clínica e farmacológica. 2006.

-Wyndale J.J.; Bruschini H.; Madersbacher H.; Moore K.; Pontari M.; Wein A. Neurological patients need evidence-based urological care. Neurourol and Urodynamics. Vol. 29. p. 662-669. 2010.

Publicado
2016-05-09
Como Citar
Nobre de Morais, A. L., & Gurgel, H. S. (2016). Impacto da farmacoterapia para incontinência urinária no aumento da temperatura corporal em paratletas: relato de caso. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 10(57), 192-199. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/912
Seção
Artigos Científicos - Original