Variáveis do treinamento de força, oclusão vascular e hipertrofia muscular: uma breve revisão da literatura

  • Larissa Corrêa Barcelos Membro do Laboratório de Pesquisa em Biologia do Exercí­cio (BioEx), Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, Minas Gerais, Brasil
  • Paulo Ricardo Prado Nunes Membro do Laboratório de Pesquisa em Biologia do Exercí­cio (BioEx), Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, Minas Gerais, Brasil
  • Fábio Lera Orsatti Membro do Laboratório de Pesquisa em Biologia do Exercí­cio (BioEx), Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, Minas Gerais, Brasil. Professor Doutor do Departamento de Ciâncias do Esporte, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, Minas Gerais, Brasil.
Palavras-chave: Programa de exercícios com peso, Oclusão terapêutica, Músculo quadríceps

Resumo

O treinamento de força (TF) de intensidade baixa (15%-50% de 1-RM) associado à oclusão vascular (OC) promove hipertrofia muscular semelhantemente ao TF de intensidade alta (>70% de 1RM). Porém, não é clara a dose de TF necessária, combinado à OC, para promover e otimizar a hipertrofia muscular. O objetivo desta revisão foi investigar o efeito da intensidade e do volume do TF com a OC bem como o papel do nível de condicionamento dos participantes sobre a magnitude de resposta hipertrófica (MRH, % de alteração por sessão) do músculo esquelético, controlando o gênero (masculino), método de avaliação da hipertrofia (imagem de ressonância magnética), exercício (extensão de joelho) e músculo (quadríceps) utilizados. Os estudos que encontraram os critérios de inclusão relataram aumento significante na área de secção transversa do quadríceps. Observou-se associação positiva (r2 = 0,71, P = 0,034) entre o nível de condicionamento e a MRH. No grupo sedentário a MRH foi menor, enquanto no grupo atleta foi maior. A associação entre a intensidade do TF e MRH não foi clara (r2 = 0,54, P = 0,098) entre os estudos. Não houve associação da MRH com o volume (r2 = -0,03, P = 0,742) e com a frequência (r2 = -0,13, P = 0,488) do TF. A modesta quantidade de estudos selecionados suporta os efeitos hipertróficos do TF de intensidade baixa com OC. Entretanto, a MRH parece ser dependente do nível de condicionamento, mas não é clara a sua relação com a intensidade, volume e frequência de treinamento.

Referências

-Abe, T.; Kearns, C. F.; Sato, Y. Muscle size and strength are increased following walk training with restricted venous blood flow from the leg muscle, Kaatsu-walk training. J Appl Physiol. Vol. 100. Núm. 5. p. 1460-1466. 2006.

-Abe, T.; e colaboradores. Exercise intensity and muscle hypertrophy in blood flow-restricted limbs and non-restricted muscles: a brief review. Clin Physiol Funct Imaging. Vol. 32. Núm. 4. p. 247-252. 2012.

-ACSM. American College of Sports Medicine position stand. Progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. Vol. 41. Núm. 3. p. 687-708. 2009.

-Burd, N. A.; e colaboradores. Resistance exercise volume affects myofibrillar protein synthesis and anabolic signalling molecule phosphorylation in young men. J Physiol. Vol. 588. Núm. 16. p. 3119-3130. 2010.

-Burd, N. A.; e colaboradores. Bigger weights may not beget bigger muscles: evidence from acute muscle protein synthetic responses after resistance exercise. Appl Physiol Nutr Metab. Vol. 37. Núm. 3. p.551-554. 2012.

-Campos, G. E.; e colaboradores. Muscular adaptations in response to three different resistance-training regimens: specificity of repetition maximum training zones. Eur J Appl Physiol. Vol. 88. Núm. 1-2. p. 50-60. 2002.

-Fujita, S.; e colaboradores. Increased muscle volume and strength following six days of low-intensity resistance training with restricted muscle blood flow. Int J KAATSU Train Res. Vol. 4. Núm. 1. p. 1-8. 2008.

-Gonzalez-Badillo, J. J.; Izquierdo, M.; Gorostiaga, E. M. Moderate volume of high relative training intensity produces greater strength gains compared with low and high volumes in competitive weightlifters. J Strength Cond Res. Vol. 20. Núm. 1. p. 73-81. 2006.

-Kacin, A.; Strazar, K. Frequent low-load ischemic resistance exercise to failure enhances muscle oxygen delivery and endurance capacity. Scand J Med Sci Sports. Vol. 21. Núm. 6. p. e231-241. 2011.

-Kim, P. L.; Staron, R. S.; Phillips, S. M. Fasted-state skeletal muscle protein synthesis after resistance exercise is altered with training. J Physiol. Vol. 568. Núm. 1. p. 283-290. 2005.

-Kumar, V.; e colaboradores. Age-related differences in the dose-response relationship of muscle protein synthesis to resistance exercise in young and old men. J Physiol. Vol. 587. Núm. 1. p. 211-217. 2009.

-Laurentino, G. C.; e colaboradores. Strength training with blood flow restriction diminishes myostatin gene expression. Med Sci Sports Exerc. Vol. 44. Núm. 3. p. 406-412. 2012.

-Loenneke, J. P.; e colaboradores. Blood flow restriction: the metabolite/volume threshold theory. Med Hypotheses. Vol. 77. Núm. 5. p. 748-752. 2011.

-Loenneke, J. P.; e colaboradores. The anabolic benefits of venous blood flow restriction training may be induced by muscle cell swelling. Med Hypotheses. Vol. 78. Núm. 1. p. 151-154. 2012a.

-Loenneke, J. P.; e colaboradores. Low intensity blood flow restriction training: a meta-analysis. Eur J Appl Physiol. Vol. 112. Núm. 5. p. 1849-1859. 2012b.

-Madarame, H.; e colaboradores. Cross-transfer effects of resistance training with blood flow restriction. Med Sci Sports Exerc. Vol. 40. Núm. 2.p. 258-263. 2008.

-Manini, T. M.; Clark, B. C. Blood flow restricted exercise and skeletal muscle health. Exerc Sport Sci Rev. Vol. 37. Núm. 2. p. 78-85. 2009.

-Martin-Hernandez, J.; e colaboradores. Muscular adaptations after two different volumes of blood flow-restricted training. Scand J Med Sci Sports. Vol. 23. Núm. 2. p. e114-120. 2013.

-Ohta, H.; e colaboradores. Low-load resistance muscular training with moderate restriction of blood flow after anterior cruciate ligament reconstruction. Acta Orthop Scand. Vol. 74. Núm. 1. p. 62-68. 2003.

-Phillips, S. M.; e colaboradores. Resistance training reduces the acute exercise-induced increase in muscle protein turnover. Am JPhysiol. Vol. 276. Núm. 1. p. e118-124. 1999.

-Schoenfeld, B. J.; Contreras, B. The Muscle Pump: Potential Mechanisms and Applications for Enhancing Hypertrophic Adaptations. Strength & Conditioning Journal. Vol. 36. Núm. 3. p. 21-25. 2014.

-Shinohara, M.; e colaboradores. Efficacy of tourniquet ischemia for strength training with low resistance. Eur J Appl Physiol Occup Physiol. Vol. 77. Núm. 1-2. p. 189-191. 1998.

-Takarada, Y.; Sato, Y.; Ishii, N. Effects of resistance exercise combined with vascular occlusion on muscle function in athletes. Eur J Appl Physiol. Vol. 86. Núm. 4. p. 308-314. 2002.

-Takarada, Y.; e colaboradores. Effects of resistance exercise combined with moderate vascular occlusion on muscular function in humans. J Appl Physiol. Vol. 88. Núm. 6.p. 2097-2106. 2000.

-Takarada, Y.; Tsuruta, T.; Ishii, N. Cooperative effects of exercise and occlusive stimuli on muscular function in low-intensity resistance exercise with moderate vascular occlusion. Jpn J Physiol. Vol. 54. Núm. 6. p. 585-592. 2004.

-Wernbom, M.; Augustsson, J.; Thomee, R. The influence of frequency, intensity, volume and mode of strength training on whole muscle cross-sectional area in humans. Sports Med. Vol. 37. Núm. 3. p. 225-264. 2007.

-Yasuda, T.; e colaboradores. Combined effects of low-intensity blood flow restriction trainingand high-intensity resistance training on muscle strength and size. Eur J Appl Physiol. Vol. 111. Núm. 10. p. 2525-2533. 2011.

Publicado
2016-08-02
Como Citar
Barcelos, L. C., Nunes, P. R. P., & Orsatti, F. L. (2016). Variáveis do treinamento de força, oclusão vascular e hipertrofia muscular: uma breve revisão da literatura. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 10(61), 592-601. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/922
Seção
Artigos Científicos - Original