Efeito agudo dos exercí­cios ativos de alongamento na agilidade e força em crianças de 10 a 14 anos um estudo randomizado

  • José Nunes da Silva Filho Fundação Gammon de Ensino (FUNGE): Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
  • José Roberto de Maio de Godoi Filho Department of Physical Education, University Federal of Rondônia (UFRO), Rondônia, Brazil
  • Edson Santos Farias Department of Physical Education, University Federal of Rondônia (UFRO), Rondônia, Brazil
  • Daniel Delani Department of Physical Education, University Federal of Rondônia (UFRO), Rondônia, Brazil
  • Matheus M. Pacheco Center for Human Movement Sciences, University of Groningen, Netherlands
Palavras-chave: Futsal, Alongamento estático, Coordenação

Resumo

A literatura atual ainda debate sobre quais tipos de configurações de exercí­cios de alongamento podem promover efeitos prejudiciais sobre outras capacidades fí­sicas. Como o futebol de salão requer uma mistura de capacidades fí­sicas, estudamos a influência do alongamento estático em jogadores de futsal. Este manuscrito abordou os efeitos agudos dos exercí­cios de alongamento estático (EAE) sobre a força muscular e a agilidade de crianças de 10 a 14 anos praticantes de futsal. Este estudo é um ensaio clí­nico randomizado controlado. Quarenta e seis crianças, participantes de um programa de treinamento de futsal, realizaram pré e pós-testes de salto horizontal - medindo a força muscular - e o teste de corrida - medindo agilidade - separados por nenhum exercí­cio (grupo controle, GC) ou grupo experimental (GE). Os resultados apontaram um efeito negativo no salto horizontal, mas não no teste de corrida - que mostrou uma leve melhora. Considerando o efeito do Teste Sutle Run como um efeito de familiarização, observamos os efeitos do alongamento na força muscular, mas não na agilidade. Como nossa amostra é composta por indiví­duos treinados - e seguindo resultados semelhantes na literatura - discutimos esses resultados em termos de mecanismos comportamentais que evitam os efeitos prejudiciais do exercí­cio de alongamento estático provindo do treinamento. O exercí­cio de alongamento muscular é prejudicial a força muscular, mas não à agilidade em jovens treinados de futebol de salão. Esses resultados foram interpretados em termos de mecanismos potenciais que o treinamento proporciona aos indiví­duos. Ou seja, estratégias comportamentais compensatórias para manter o desempenho.

Biografia do Autor

José Nunes da Silva Filho, Fundação Gammon de Ensino (FUNGE): Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Mestre em Educação Física (Ciências do Exercício e do Esporte - UERJ); Pós Graduado em Fisiologia do Exercício - Prescrição do Exercício (UGF/SP - 2013); Pós Graduado em Psicopedagogia Clínico-Institucional (ESAB/ES - 2011); Graduado em Educação Física(ESEFAP/Tupã-SP - 2009). Experiência profissional em Treinamento Resistido na Saúde e na Doença.

José Roberto de Maio de Godoi Filho, Department of Physical Education, University Federal of Rondônia (UFRO), Rondônia, Brazil

Professor adjunto da Universidade Federal de Rondônia. Departamento de Educação Fí­sica.

Edson Santos Farias, Department of Physical Education, University Federal of Rondônia (UFRO), Rondônia, Brazil

Professor adjunto da Universidade Federal de Rondônia. Departamento de Educação Fí­sica.

Daniel Delani, Department of Physical Education, University Federal of Rondônia (UFRO), Rondônia, Brazil

Professor adjunto da Universidade Federal de Rondônia. Departamento de Educação Fí­sica.

Matheus M. Pacheco, Center for Human Movement Sciences, University of Groningen, Netherlands

Center for Human Movement Sciences, University of Groningen - Netherlands

Referências

-Adams, J.A. The second facet of forgetting: A review of warm-up decrement. Psychological Bulletin. Vol. 58. Núm. 4. 1961. p. 257-73.

-American College of Sports Medicine. ACSM’s guidelines for exercise testing and prescription. Philadelphia/Baltimore: Lippincott Williams &Wilkins. 2009. p. 23-26.

-Avloniti, A.; Chatzinikolaou, A.; Fatouros, I. G.; Avloniti, C.; Protopapa, M.; Draganidis, D.; Kambas, A. The acute effects of static stretching on speed and agility performance depend on stretch duration and conditioning level. J Strength Cond Res. Vol. 30. Núm. 10. 2016. p. 2767-73.

-Behn, D.G.; Chaouachi, A. A review of the acute effects of static and dynamic stretching on performance. Eur J Appl Physiol. Vol. 111. Núm. 11. 2011. p. 2633-51.

-Behn, D.G.; Kibele, A. Effects of differing intensities of static stretching on jump performance. Eur J Appl Physiol. Vol. 101. Núm. 5. 2007. p. 587-94.

-Chaouachi, A.; Castagna, C.; Chtara, M.; Brughelli, M.; Turki, O.; Galy, O.; Behm, D. G. Effect of warm-ups involving static or dynamic stretching on agility, sprinting, and jumping performance in trained individuals. J Strength Cond Res. Vol. 24. Núm. 8. 2010. p. 2001-11.

-Chaouachi, A.; Chamari, K.; Wong, P.; Castagna, C.; Chaouachi, M.; Moussa-Chamari, I.; Behm, D. G. Stretch and sprint training reduces stretch-induced sprint performance deficits in 13-to 15-year-old youth. Eur J Appl Physiol. Vol. 104. Núm. 3. 2008. p. 515-22.

-Chatzopoulos, D.; Galazoulas, C.; Patikas, D.; Kotzamanidis, C. Acute effects of static and dynamic stretching on balance, agility, reaction time and movement time. J of Sport Sci & Med. Vol.13. Núm. 2. 2014. p. 403-9.

-Cross, K.M.; Worrell, T.W. Effects of a static stretching program on the incidence of lower extremity musculotendinous strains. J Athl Train. Vol. 34. Núm. 1. 1999. p. 11-4.

-Dalrymple, K.J.; Davis, S.E.; Dwyer, G.B.; Moir, G.L. Effect of static and dynamic stretching on vertical jump performance in collegiate women volleyball players. J Strength Cond Res. Vol. 24. Núm. 1. 2010. p. 149-55.

-Egan, A.D.; Cramer, J.T.; Massey, L.L.; Laurie, L.M.; Marek, S.M. Acute effects of static stretching on peak torque and mean power output in National Collegiate Athletic Association Division I women's basketball players. J Strength Cond Res. Vol. 20. Núm. 4. 2006. p. 778-82.

-Guedes, D.P.; Guedes, E.R.P. Manual prático para avaliação em Educação Física. Manole. 2006. p. 484.

-Handriks, J. P.; Southard, V. N.; Abreu, J. M.; Aloisa, M.; Doyen, M. R.; Echevarria, L. M.; Douris, P. C. Static stretching does not impair performance in active middle-aged adults. J Strength Cond Res. Vol. 24. Núm. 3. 2010. p. 825-30.

-Hartig, D.E.; Henderson, J.M. 1999. Increasing hamstring flexibility decreases lower extremity overuse injuries in military basic trainees. Am J Sports Med. Vol. 27. p. 173-6. 1999.

-Hough, P.A.; Ross, E.Z.; Howatson, G. Effects of dynamic and static stretching on vertical jump performance and electromyographic activity. J Strength Cond Res. Vol. 23. Núm. 2. 2009. p. 507-12.

-Jonhson, B.L.; Nelson, J.K. Practical measurements for evaluation in physical education. Minnesota. Burgess. 1979. p. 486.

-Kay, A.D.; Blazevich, A.J. Effect of acute static stretch on maximal muscle performance: A systematic review. Med Sci Sport Exerc. Vol. 44. Núm. 1. 2012. p. 154-64.

-Kubo, K.; Kanehisa, H.; Ito, M.; Fukunaga, T. Effects of isometric training on the elasticity of human tendon structures in vivo. J Appl Physiol. Vol. 91. Núm. 1. 2001. p. 91.26-32.

-Latash, M.L.; Scholz, J.P.; Schöner, G. Motor control strategies revealed in the structure of motor variability. Exerc Sport Sci Rev. Vol. 30. Núm. 1. 2002. p. 30.26-31.

-Leite, L.R. Relação entre agilidade e velocidade em praticantes de futsal. ACTA Bra do Mov Hum. Vol. 2. Núm. 4. 2012. p. 16-25.

-Magnusson, S.P.; Simonsen, E.B.; Dyhre-Poulsen, P.; Aagaard, A.; Mohr, T.; Kjaer, M. Viscoelastic stress relaxation during static stretch in human skeletal muscle in the absence of EMG activity. Scand J Med Sci Sports. Vol. 6. Núm. 6. 1996. p. 323-8.

-Marfell-Jones, M.J.; Stewart, A.D; Ridder, J.H. International standards for anthropometric assessment. South Africa: Potchefstroom. 2012. p. 133.

-Mohammadtaghi, A.K.; Sahebozamani, M.; Tabrizi, K.G.; Yusof, A.B. Acute effects of different stretching methods on Illinois agility test in soccer players. J Strength Cond Res. Vol. 24. Núm. 10. 2010. p. 148-56.

-McMillian, D.J.; Moore, J.H.; Hatler, B.S.; Taylor, D.C. Dynamic vs. static-stretching warm up: the effect on power and agility performance. J Strength Cond Res. Vol. 20. Núm. 3. 2006. p.492-9.

-Qu, X. Uncontrolled manifold analysis of gait variability: effects of load carriage and fatigue. Gait Posture. Vol. 36. Núm. 02. 2012. p. 325-9.

-Rubini, E.C.; Costa, A.L.; Gomes, P.S. The effects of stretching on strength performance. Sports Med. Vol. 37. Núm. 3. 2007. p. 213-24.

-Silva Filho, J.N.; Godoi, M.I.M.; Godoi Filho, J.R.M. Asociaciones entre el índice de masa corporal y la agilidad en niños y adolescentes. Rev Cub Med. Vol. 46. Núm. 4. 2017. p. 361-71.

-Sheppard, J.M.; Young, W.B. Agility literature review: Classifications, training and testing. J Sports Sci. Vol. 24. Núm. 9. 2006. p. 919-32.

-Slaughter, M. H.; Lohman, T. G.; Boileau, R.; Horswill, C. A.; Stillman, R. J.; Van Loan, M. D.; Bemben, D. A. Skinfold equations for estimation of body fatness in children and youth. Hum Biol. 1988. p. 709-23.

-Ulrich, D.A. Test of gross motor development. Austin: Pro-Ed. 2000.

-Unick, J.; Kieffer, H.S.; Cheesman, W.; Feeney, A. The acute effects of static and ballistic stretching on vertical jump performance in trained women. J Strength Cond Res. Vol.19. Núm. 2005. p. 206-12.

-Van Gelder, L.H.; Bartz, S.D. The effect of acute stretching on agility performance. J Strength Cond Res. Vol. 25. Núm. 11. 2011. p. 3014-21.

-Yamaguchi, T.; Ishii, K.; Yamanaka, M.; Yasuda, K. Acute static stretching reduces power output during isotonic muscle action. Jpn J Phys Fitness. Vol. 55. 2006a. p. 109-12.

-Yamaguchi, T.; Ishii, K.; Yamanaka, M.; Yasuda, K. Acute effect of static stretching on power output during concentric dynamic constant external resistance leg extension. J Strength Cond Res. Vol. 20. Núm. 4. 2006b. p. 804-10.

Publicado
2020-05-03
Como Citar
Silva Filho, J. N. da, Godoi Filho, J. R. de M. de, Farias, E. S., Delani, D., & Pacheco, M. M. (2020). Efeito agudo dos exercí­cios ativos de alongamento na agilidade e força em crianças de 10 a 14 anos um estudo randomizado. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 13(86), 1068-1075. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1867
Seção
Artigos Científicos - Original