Efeitos de um programa de aquecimento sobre variáveis musculoesqueléticas em jogadoras de futsal feminino

  • Giovana Santos Alves Acadêmica do curso de Fisioterapia, Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, Rio Grande do Sul, Brasil.
  • Letícia Martins de Oliveira Acadêmica do curso de Fisioterapia, Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, Rio Grande do Sul, Brasil.
  • Simone Lara Professora do Curso de Fisioterapia e do PPG: Educação em Ciências: química da vida e saúde, na Universidade Federal do Pampa. Uruguaiana, Rio Grande do Sul, Brasil.
  • Lilian Pinto Teixeira Fisioterapeuta do Curso de Fisioterapia, Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, Rio Grande do Sul, Brasil.
Palavras-chave: Atletas, Mulheres, Lesões

Resumo

A presente pesquisa teve como objetivo avaliar os efeitos de um programa de aquecimento sobre variáveis musculoesqueléticas em jogadoras de futsal feminino. Esse estudo quase-experimental incluiu uma amostra formada por jogadoras de futsal, pertencentes a uma equipe de futsal feminino situada em um município no interior do Rio Grande do Sul, Brasil. As jogadoras foram avaliadas pré e pós-intervenção por meio dos seguintes testes: Teste de potência Side hop (avaliação da potência muscular de membros inferiores); Teste de Lunge (avaliação da amplitude de movimento de dorsiflexão do tornozelo); Teste de rigidez do quadril (avaliação da amplitude de movimento de rotação interna do quadril) e Teste de equilíbrio Y Balance (avaliação do equilíbrio dinâmico).  O programa de aquecimento ocorreu por 20 semanas, duas sessões semanais, realizado antes do treinamento regular da equipe, incluindo exercícios de mobilidade e estabilidade articular, equilíbrio e trabalho de flexibilidade. Evidenciamos que a mobilidade de tornozelo aumentou bilateralmente pós-intervenção (direito= 7,02±3,18cm para 11,61±2,94cm, p<0,01; esquerdo= 7,23±2,80cm para 11,64±2,68cm, p<0,01), assim como a mobilidade de quadril (direito= 25,69±7,37º para 39,92±8,94º, p<0,01; esquerdo= 31,23±7,77º para 41,30±8,62º, p<0,01). Entretanto, a potência muscular não sofreu modificações após a intervenção (direito= 8,52±3,89s para 9,48±0,90s, p=0,39; esquerdo= 8,21±3,71s para 9,27±0,98s; p=0,35), assim como o equilíbrio corporal (direito= 90,08±13,62% para 85,74±1018%, p=0,08; esquerdo= 87,51±8,46 para 87,13±7,19, p=0,80). Com base nesses achados, evidenciamos a relevância da inserção de programas de aquecimento com essa modalidade, a fim de reduzir o risco do desenvolvimento de lesões.

Referências

-Bassett, A.J.; Ahlmen, A.; Rosendorf, J.M.; Romeo, A.A.; Erickson, B.J.; Bishop, M.E. The biology of sex and sport. JBJS reviews. Vol. 8. Num. 3. 2020. https://doi.org/10.2106/JBJS .RVW.19.00140

-Behan, F.P.; Willis, S.; Pain, M.T.G.; Folland. J.P. Effects of football simulated fatigue on neuromuscular function and whole-body response to disturbances in balance. Scand J Med Sci Sports. Vol. 28. Num. 12. 2018. p. :2547-2557. doi: 10.1111/sms.13261.

-CBFS. Confederação Brasileira de Futebol de Salão. 2023 Texto disponível na internet. disponível em: http://www.cbfs.com.br

-Fajardo, C.C.; Cardoso, T.B.; Gontijo, B.A.; Magalhães, F.A., Souza, T.R.; Fonseca, S.T.D.; Ocarino, J.M.; Resende, R.A. Hip passive stiffness is associated with midfoot passive stiffness. Braz J Phys Ther. Vol. 25. Num. 5. 2021. p. 530-535. doi: 10.1016/j.bjpt.2021. 02.001.

-Fonseca, S.T.; Ocarino. J.M.; Silva. P.L.P.; Aquino. C.F. Integration of stresses and their relationship to the kinetic chain. In: Magee, D. J.; Zachazewski, J. E.; Quillen, W. S. Scientific foundations and principles of practice in musculoskeletal rehabilitation. St. Louis, MO: Saunders Elsevier. 2007. p. 476-86.

-Gianakos, A.L.; Yurek, J.W.; Mulcahey, M.K. Sex-related differences in hip injury rates and strength and conditioning. Clinics in sports medicine. Vol. 40. Num. 2. 2021. p. 399-408. https://doi.org/10.1016/j.csm.2020.12.004

-Itoh, H.; Kurosaka, M.; Yoshiya, S.; Ichihashi, N. e Mizuno, K. Evaluation of functional deficits determined by four different hop tests in patients with anterior cruciate ligament deficiency. Knee Surgery, Sports Traumatology, Arthroscopy. Vol. 6. 1998. p. 241-245 https://doi.org/10.1007/s00167005 0106

-Julian, R.; Hecksteden, A.; Fullagar, H.H; e Meyer, T. The effects of menstrual cycle phase on physical performance in female soccer players. PloS one. Vol. 12. Num. 3. 2017. p. e0173951. https://doi.org/10.1371/journal. pone.0173951

-Lago-Fuentes, C.; Rey, E.; Padrón-Cabo, A.; Prieto-Troncoso, J.; Garcia-Núñez, J. The Relative Age Effect in Professional Futsal Players. J Hum Kinet. Vol. 31. Num. 72. 2020. P. 173-183. doi: 10.2478/hukin-2019-0105.

-Lima, Y.L.; Ferreira, V.M.L.M.; de Paula Lima, P.O.; Bezerra, M.A.; Oliveira, R.R.; Almeida, G.P.L. The association of ankle dorsiflexion and dynamic knee valgus: A systematic review and meta-analysis. Physical Therapy in Sport. Vol. 29, 2018. p.61-69. https://doi.org/10.1016/j. ptsp.2017.07.003

-Martínez-Fortuny, N.; Alonso-Calvete, A.; Cuña-Carrera, I. e Abalo-Núñez, R. Menstrual cycle and sport injuries: a systematic review. International Journal of Environmental Research and Public Health. Vol. 20. Num. 4. 2023. p. 3264. https://doi.org/10.3390/ijerph 20043264

-Mosler, A.B.; Agricola. R.; Weir, A.; Hölmich, P. e Crossley, K.M. Which factors differentiate athletes with hip/groin pain from those without? A systematic review with meta-analysis. British Journal of Sports Medicine. Vol. 49. Num. 12. 2015. p. 810-810. https://doi.org/10.1136/bj sports-2015-094602

-Patti, A.; Giustino, V.; Cataldi, S.; Stoppa, V.; Ferrando, F.; Marvulli, R.; Farì, G.; Neşe, Ş.F; Bianco, A.; Muscella, A.; Greco, G.; Fischetti, F. Effects of 5-week of FIFA 11+ warm-up program on explosive strength, speed, and perception of physical exertion in elite female futsal athletes. Sports. Vol. 10. Num. 7, 2022. p.100. https://doi.org/10.3390/sports10070100

-Plisky, P.J.; Gorman, P.P; Butler, R.J.; Kiesel, K.B.; Underwood, F.B.; Elkins, B. The reliability of an instrumented device for measuring components of the star excursion balance test. N Am J Sports Phys Ther. Vol.4. Num. 2. 2009. p. 92-99.

-Powden, C.J.; Hoch, J.; Hoch, M.C. Reliability and minimal detectable change of the weight-bearing lunge test: a systematic review. Manual therapy. Vol. 20. Num. 4. 2015. p. 524-532. https://doi.org/10.1016/j.math.2015.01.004

-Portuguez, N.; Lara, S.; Teixeira, L. A prática de um programa preventivo melhora a capacidade funcional de membros inferiores em atletas. Revista Contexto & Saúde. Vol. 20. 2020. p. 85-93. https://doi.org/10.21527/2176-7114.2020. 40.85-93

-Ribas, L.O.; Schedler, F.B.; Pacheco, I.; Pacheco, A.M. Propriocepção e reforço muscular na estabilidade do tornozelo em atletas de futsal feminino. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 23. Num. 5. 2017. p. 412–417. https://doi.org/10.1590/1517-869220 172305160509

-Ruiz-Pérez, I.; López-Valenciano, A.; Hernández-Sánchez, S.; Puerta-Callejón, J.M.; De Ste Croix, M.; Sainz de Baranda, P. e Ayala F. A field-based approach to determine soft tissue injury risk in elite futsal using novel machine learning techniques. Frontiers in psychology. Vol. 12. 2021. p. 610210. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2021.610210

-Silva, G.H.; Ribeiro, V.B. A. Futebol e futsal de mulheres: estigmas e avanços. Caderno de Educação Física e Esporte. Vol. 20. Num 1. 2022. p. e-28992. https://doi.org/10.36453/ cefe.2022.28992

-Silva, A.C.; Buch, D.M. Caracterização das lesões no futsal: Uma revisão de literatura. TCC. Submetido a Sociedade Educacional. Joinville. Santa Catarina. 2021.

-Rodrigues Barbosa, L.; Siqueira, D.P.P.; Carvalho, L.C.; Chieregato, M.J.P. Incidência das lesões ortopédicas por segmento anatômico associado à avaliação da frequência e intensidade da dor em uma equipe de futebol amador. Brazilian Journal of Biomotricity. Vol. 3. Num. 2. 2009. p.152-158.

-Spyrou, K.; Freitas, T.T.; Marín-Cascales, E.; Alcaraz, P.E. Physical and physiological match-play demands and player characteristics in futsal: a systematic review. Frontiers in psychology. Vol. 11. 2020. p. 569897. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2020.569897

-Vieira, B.S. O contributo da prática de futsal nos indicadores de saúde de adolescentes do sexo masculino. Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina. Universidade do Porto. 2017.

-Vomacka, M.M.; Calhoun, M.R.; Lininger, M.R; e Ko J. Dorsiflexion range of motion in copers and those with chronic ankle instability. International Journal of Exercise Science. Vol.12. Num.1. 2019. p. 614.

-Williams, D.; McClay, I.S.; Hamill J. Arch structure and injury patterns in runners. Clinical biomechanics. Vol.16. Num. 4. 2001. p. 341-347. https://doi.org/10.1016/s0268-0033(01) 00005-5

Publicado
2025-05-10
Como Citar
Alves, G. S., Oliveira, L. M. de, Lara, S., & Teixeira, L. P. (2025). Efeitos de um programa de aquecimento sobre variáveis musculoesqueléticas em jogadoras de futsal feminino. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 19(120), 165-173. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/2996
Seção
Artigos Científicos - Original