Indiví­duos mais ativos fisicamente são mais flexí­veis?

  • Rafaela Cristine Barbosa Passos Universidade Federal de Sergipe - Departamento de Educação Fí­sica - São Cristóvão - Sergipe - Brasil
  • Greice Kelly Santos Oliveira Universidade Federal de Sergipe - Departamento de Educação Fí­sica - São Cristóvão - Sergipe - Brasil; Bolsista PIBIX/PROEX/UFS
  • Antonio Cesar Cabral-de-Oliveira Programa de Pós-graduação em Educação Fí­sica e Departamento de Educação Fí­sica da Universidade Federal de Sergipe
  • Marcos Bezerra de Almeida Programa de Pós-graduação em Educação Fí­sica e Departamento de Educação Fí­sica da Universidade Federal de Sergipe
Palavras-chave: Amplitude de movimento articular, Movimento, Medidas

Resumo

Estudos anteriores mostraram que o ní­vel de atividade fí­sica (NAF) não identifica o ní­vel de flexibilidade em adolescentes. No entanto, não ficou estabelecido se isso também pode ser observado em uma amostra com faixa etária mais ampla, incluindo adultos. Este estudo comparou o perfil de flexibilidade em indiví­duos estratificados pelo NAF. Foram observados 62 indiví­duos assintomáticos, sendo 22 homens e 40 mulheres (29 ± 11 anos, 165 ± 9 cm, 66 ± 14 kg). Foi utilizado o IPAQ (versão curta), com o intuito de aferir o NAF, e o flexiteste para a flexibilidade. Foram calculados o flexí­ndice e os índices de variabilidade da mobilidade articular. A amostra foi estratificada em função do NAF como grupos Mais Ativo (muito ativo + ativo) e Menos Ativo (irregularmente ativo + sedentário), e dos percentis 25 e 75 da flexibilidade por sexo e idade representando os grupos Flexibilidade Baixa, Moderada e Alta. Foram aplicados teste t de Student e ANOVA com post hoc de Bonferroni, e o qui-quadrado, sendo adotado um alfa de 5%. Os grupos Mais Ativo e Menos Ativo não apresentaram diferença no flexí­ndice, assim como nos í­ndices de variabilidade (p>0,05). A estratificação em função do percentil da flexibilidade, a prevalência de indiví­duos mais ativos fisicamente foi de 92,9%, 73,1% e 59,1% em relação aos menos ativos, para Flexibilidade Alta, Moderada e Baixa, respectivamente (p<0,001). Conclui-se que não houve diferença no perfil de flexibilidade de indiví­duos estratificados pelo NAF, embora, entre os indiví­duos mais flexí­veis, a maioria apresente ní­veis mais altos de atividade fí­sica.

Referências

-Almeida, M.B.; Santos, M.O. Aspects of flexibility of women with fibromyalgia syndrome. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. Vol. 17. Num. 2. 2015. p. 238-247.

-Araújo, C.G.S.; Chaves, C.P.G. Adult women with mitral valve prolapse are more flexible. British Journal of Sports Medicine. Vol. 39. Num. 10. 2005. p. 720-724.

-Araújo, C.G.S. Avaliação da Flexibilidade: Valores Normativos do Flexiteste dos 5 aos 91 Anos de Idade. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Vol. 90. Num. 4. 2008. p. 280-287.

-Araújo, C.G.S. Flexiteste: proposição de cinco índices de variabilidade da mobilidade articular. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 8. Num. 1. 2002. p. 13-19.

-Araújo, C.G.S. Flexiteste: um método completo para avaliar a flexibilidade. Barueri. Manole. 2004. p. 252.

-Barnes, K.R.; Kilding, A.E. Strategies to improve running economy. Sports Medicine. Vol. 45. Num. 1. 2015. p. 37-56.

-Biswas, A.; Oh, P.I.; Faulkner, G.E.; Bajaj, R.R.; Silver, M.A.; Mitchell, M.S.; Alter, D.A. Sedentary time and its association with risk for disease incidence, mortality, and hospitalization in adults:a systematic review and meta-analysis. Annals of Internal Medicine. Vol. 162. Num. 2. 2015. p. 123-132.

-Brito, L.B.; Araújo, D.S.; Araújo, C.G. Does flexibility influence the ability to sit and rise from the floor? American Journal of Physical Medicine and Rehabilitation. Vol. 92. Num. 3. 2013. p. 241-247.

-Craig, C.L.; Marshall, A.L.; Sjöström, M.; Bauman, A.E.; Booth, M.L.; Ainsworth, B.E.; Pratt, M.; Ekelund, U.; Yngve, A.; Sallis, J.F.; Oja, P. International physical activity questionnaire: 12-country reliability and validity. Medicine and Science in Sports and Exercise. Vol. 35. Num. 8. 2003. p. 1381-1395.

-Dyrstad, S.M.; Anderssen, S.A.; Edvardsen, E.; Hansen, B.H. Cardiorespiratory fitness in groups with different physical activity levels. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports. Vol. 26. Num. 3. 2016. p. 291-298.

-Florindo, A.A.; Guimarães, V.V.; Cesar, C.L.; Barros, M.B.; Alves, M.C.; Goldbaum, M. Epidemiology of leisure, transportation, occupational, and household physical activity: prevalence and associated factors. Journal of Physical Activity and Health. Vol. 6. Num. 5. 2009. p. 625-632.

-Fogelholm, M.; Malmberg, J.; Suni, J.; Santtila, M.; Kyröläinen, H.; Mäntysaari, M.; Oja, P. International Physical Activity Questionnaire: Validity against fitness. Medicine and Science in Sports and Exercise. Vol. 38. Num. 4. 2006. p. 753-760.

-Garber, C.E.; Blissmer, B.; Deschenes, M.R.; Franklin, B.A.; Lamonte, M.J.; Lee, I.M.; Nieman, D.C.; Swain, D.P.; American College of Sports Medicine. American College of Sports Medicine position stand. Quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory, musculoskeletal, and neuromotor fitness in apparently healthy adults: guidance for prescribing exercise. Medicine and Science in Sports Exercise. Vol. 43. Num. 7. 2011. p. 1334-1359.

-García-Pinillos, F.; Ruiz-Ariza, A.; Moreno-Del-Castillo, R.; Latorre-Román, P.A. Impact of limited hamstring flexibility on vertical jump, kicking speed, sprint, and agility inyoung football players. Journal of Sports Sciences. Vol. 33. Num. 12. 2015. p. 1293-1297.

-Girouard, C.K.; Hurley, B.F. Does strength training inhibit gains in range of motion from flexibility training in older adults? Medicine and Science in Sports and Exercise. Vol. 27. Num. 10. 1995. p. 1444-1449.

-Hallal, P.C.; Victora, C.G. Reliability and validity of the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Medicine and Science in Sports and Exercise. Vol. 36. Num. 3. 1995. p. 556.

-Lee, P.H.; Macfarlane, D.J.; Lam, T.H.; Stewart, S.M. Validity of the International Physical Activity Questionnaire Short Form (IPAQ-SF): a systematic review. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity. Vol. 8. 2011. p.115.

-Marques, A.; Santos, R.; Ekelund, U.; Sardinha, L.B. Association between Physical Activity, Sedentary Time, and Healthy Fitness in Youth. Medicine and Science in Sports and Exercise. Vol. 47. Num. 3. 2015. p. 575-580.

-Matsudo, S.M.; Matsudo, V.R.; Araújo, T.; Andrade, D.; Andrade, E.; Oliveira, L.; Braggion, G. Nível de Atividade Física da População do Estado de São Paulo: Análise de Acordo com o Gênero, Idade, Nível Socioeconômico, Distribuição Geográfica e de Conhecimento. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Vol. 10. Num. 4. 2002. p. 41-50.

-Medeiros, H.B.; Araújo, D.S.; Araújo, C.G. Age-related mobility loss is joint-specific: an analysis from 6,000 Flexitest results. Age (Dordr). Vol. 35. Num. 6. 2013. p. 2399-2407.

-Melo, F.A.P.; Oliveira, F.M.F.; Almeida, M.B. Nível de Atividade Física Não Identifica o Nível de Flexibilidade de Adolescentes. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. Vol. 14. Num. 1. 2009. p. 48-54.

-Mendes-Netto, R.S.; Silva, C.S.; Costa, D.; Raposo, O.F.F. Nível de Atividade Física e Qualidade de Vida de Estudantes Universitários da Área de Saúde. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. Vol. 10. Num. 34. 2012. p. 47-55.

-Pion, J.; Segers, V.; Fransen, J.; Debuyck, G.; Deprez, D.; Haerens, L.; Vaeyens, R.; Philippaerts, R.; Lenoir, M. Generic anthropometric and performance characteristics among elite adolescent boys in nine different sports. European Journal of Sport Science. Vol. 15. Num. 5. 2015. p. 357-366.

-Sanches, S.B.; Oliveira, G.M.; Osório, F.L.; Crippa, J.A.; Martín-Santos, R. Hypermobility and joint hypermobility syndrome in Brazilian students and teachers of ballet dance. Rheumatology International. Vol. 35. Num. 4. 2015. p. 741-747.

-Silva, D.A.S.; Pereira, I.M.M.; Almeida, M.B.; Silva, R.J.S.; Cabral-de-Oliveira, A.C. Estilo de Vida de Acadêmicos de Educação Física de uma Universidade Pública do Estado de Sergipe, Brasil. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Vol. 34. Num. 1. 2012. p. 53-67.

-Silva-Batista, C.; Urso, R.P.; Lima-Silva, A.E.; Bertuzzi, R. Associations between fitness tests and the international physical activity questionnaire-short form in healthy men. Journal of Strength and Conditioning Research. Vol. 27. Num. 12. 2013. p. 3481-3487.

-Soper, K.; Simmonds, J.V.; Kaz-Kaz, H.; Ninis, N. The influence of joint hypermobility on functional movement control in an elite netball population: A preliminary cohort study. Physical Therapy in Sport. Vol. 16. Num. 2. 2015. p. 127-134.

-Stathokostas, L.; McDonald, M.W.; Little, R.M.; Paterson, D.H. Flexibility of older adults aged 55-86 years and the influence of physical activity. Journal of Aging Research. Vol. 2013. 2013. p. 743843.

-Tucker, J.S.; Martin, S.; Jackson, A.W.; Morrow, J.R. Jr, Greenleaf, C.A.; Petrie, T.A. Relations between sedentary behavior and FITNESSGRAM healthy fitness zone achievement and physical activity. Journal of Physical Activity & Health. Vol. 11. Num. 5. 2014. p. 1006-1011.

-Uijtdewilligen, L.; Twisk, J.W.; Chinapaw, M.J.; Koppes, L.L.; Van Mechelen, W.; Singh, A.S. Longitudinal person-related determinants of physical activity in young adults. Medicine and Science in Sports and Exercise. Vol. 46. Num. 3. 2014. p. 529-536.

Publicado
2017-06-25
Como Citar
Passos, R. C. B., Oliveira, G. K. S., Cabral-de-Oliveira, A. C., & Almeida, M. B. de. (2017). Indiví­duos mais ativos fisicamente são mais flexí­veis?. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 11(67), 424-432. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1167
Seção
Artigos Científicos - Original