Influência do intervalo de recuperação após uma sessão de HIIT no desempenho da força muscular
Resumo
Introdução: O Treino de Força (TF) tornou-se uma das práticas de exercício mais populares para melhorar a capacidade física e para o condicionamento. Na procura de melhores resultados, o Treino Intervalado de Alta Intensidade (HIIT) associado ao TF tem sido muito praticado. No entanto, pouco se sabe sobre a sua influência em relação à capacidade de desempenho quando ambos são praticados na mesma sessão. Objectivo: avaliar o efeito do intervalo de descanso após uma sessão de HIIT na força muscular. Materiais e Métodos: Participaram no estudo oito homens jovens (25,6 ± 6,1 anos), praticantes de musculação há pelo menos 6 meses. Foram realizados dois protocolos randomizados com 72h de intervalo. No protocolo 1 foi realizado o HIIT e logo de seguida repetiam o teste de 10RM. No protocolo 2 foi realizado o HIIT, dado um descanso de 30 minutos, e de seguida realizaram o teste de 10RM. Foi estabelecido um nível de significância de p<0,05. Resultados: o desempenho no teste de 10RM no Leg Press 45º foi significativamente menor quando realizado sem descanso (7 ± 3 repetições). Não houve diferença significativa para o Supino mesmo sem o descanso. Quando houve descanso entre exercícios, não se verificaram diferenças no desempenho a 10RM tanto no Supino como no Leg Press 45º. Conclusão: o HIIT em passadeira ergométrica promove uma quebra no desempenho da força apenas nos membros inferiores, sendo que esta influência pode ser atenuada com um intervalo de pelo menos 30 minutos entre treinos.
Referências
-ACSM. American College of Sports Medicine. Guidelines for exercise testing and prescription. Estados Unidos da América. Wolters Kluwer Health. 2017.
-Baar, K. Training for endurance and strength: lessons from cell signaling. Medicine & Science in Sports & Exercise. Vol. 38. Num. 11. 2006. p. 1939-1944.
-Bell, G.J.; Syrotuik, D.; Martin, T.P.; Burnham, R.; Quinney, H.A. Effect of concurrent strength and endurance training on skeletal muscle properties and hormone concentrations in humans. European Journal of Applied Physiology. Vol. 81. Num. 5. 2000. p. 418-427.
-Borg, G. Escalas de Borg para a dor e o esforço: percebido. São Paulo. Manole. 2000.
-Chtara, M.; Chamari, K.; Chaouachi, M.; Chaouachi, A.; Koubaa, D.; Feki, Y.; Millet, G.; Amri, M.. Effects of intra-session concurrent endurance and strength training sequence on aerobic performance and capacity. British Journal of Sports Medicine. Vol. 39. Num. 8. 2005. p. 555-560.
-Craig, B.W.; Lucas, J.; Pohlman, R. The effects of running, wheightlifiting and a combination of both on growth hormone release. Journal of Applied Sport Science Research. Vol. 5. Num. 4. 1991. p. 198-203.
-Silva, D.A.; Navarro, A.C. Interferências do treinamento de endurance no ganho de força e massa muscular. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. São Paulo. Vol. 1. Num. 5. 2011. p. 37-46.
-Docherty, D.; Sporer, B. A proposed model for examining the interference phenomenon between concurrent aerobic and strength training. Sports Medicine. Vol. 30. Num. 6. 2000. p. 385-394.
-Dudley, G.A.; Djamil, R. Incompatibility of endurance-and strength-training modes of exercise. Journal of Applied Physiology. Vol. 59. Num. 5. 1985. p. 1446-1451.
-Gomes, R.V.; Aoki, M.S. Suplementação de creatina anula o efeito adverso do exercício de endurance sobre o subsequente desempenho de força. Rev Bras Med Esporte. Vol. 11. Num. 2. 2005. p. 131-134.
-Häkkinen, K.; Alen, M.; Kraemer, W.J.; Gorostiaga, E.; Izquierdo, M.; Rusko, H.; Mikkola, J.; Häkkinen, A.; Valkeinen, H.; Kaarakainen, E.; Romu, S.; Erola, V.; Ahtiainen, J.; Paavolainen, L. Neuromuscular adaptations during concurrent strength and endurance training versus strength training. European Journal of Applied Physiology. Vol. 89. Vol. 1. 2003. p. 42-52.
-Hawley, J.A. Molecular responses to strength and endurance training: are they incompatible? Applied Physiology, Nutrition and Metabolism. Vol. 34. 2009. p.355-361.
-Leveritt, M.; Albernethy, P.J.; Barry, B.K.; Peter, A. Logan Concurrent strength and endurance training. Sports Medicine Vol. 28. Num. 6. 1999. p. 413-427.
-Leveritt, M.; Abernethy, P.J. Acute Effects of High-Intensity Endurance Exercise on Subsequent Resistance Activity. The Journal of Strength & Conditioning Research. Vol. 13. Num. 1. 1999. p. 47-51.
-Leveritt, M.; Maclaughlin, H.; Abernethy, P.J. Changes in leg strength 8 and 32 h after endurance exercise. Journal of Sport Sciences. Vol. 18. Num. 11. 2000. p. 865-871.
-Little, J.P.; Safdar, A.; Wilkin, G.P.; Tarnopolsky, M.A.; Gibala, M.J. A practical model of low‐volume high‐intensity interval training induces mitochondrial biogenesis in human skeletal muscle: potential mechanisms. The Journal of Physiology. Vol. 588. Num. 6. 2010. p. 1011-1022.
-McCarthy, J.P.; Pozniak, M.A.; Agre, J.C. Neuromuscular adaptations to concurrent strength and endurance training. Medicine & Science in Sports & Exercise. Vol. 34. Num. 3. 2002. p. 511-519.
-Nader, G.A. Concurrent strength and endurance training: from molecules to man. Medicine and Science in Sports and Exercise. Vol. 38. Num. 11. 2006. p. 1965.
-Pedreiro, R.C.M.; Rimes, R.R.; Machado, S.; Siqueira, L.M.; Rodrigues, A.I.; Coelho, W.S.; Maranhão-Neto, G.A. Efeitos Fisiológicos agudos do treinamento concorrente. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício. Vol. 14. Num. 1. 2015. p. 44-49.
-Raddi, L.L.O.; Gomes, R.V.; Charro, M.A.; Bacurau, R.F.P.; Aoki, M.S. Treino de corrida não interfere no desempenho de força de membros superiores. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 14. Num. 6. 2008. p. 544-547.
Direitos de Autor (c) 2022 Bruno Ronzei Perez, Lucas Câmara da Silveira, Geraldo de Albuquerque Maranhão Neto, Victor Magalhães Curty, Rodrigo Cunha de Melo Pedreiro

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).